Estamos a caminhar para a autodestruição do Planeta Terra. As alterações climáticas são evidentes, a poluição está a aumentar todos os dias, os glaciares polares estão a derreter, os recifes dos corais estão a desaparecer bem como algumas espécies de animais terrestres e aquáticos. Isto é o que podemos ver mas há muitas coisas escondidas ( ângulos mortos ) que só através de lentes científicas podemos observar. O livro atrás referido como título desta crónica trata com desenvolvimento todos os ângulos mortos da realidade que não vemos. O livro tem como autora Ziya Tong e está dividido em 3 capítulos. No 1º capítulo aborda os ângulos mortos com que todas as pessoas nascem e revela como a ciência e a tecnologia permitem ver para além dos nossos limites ; o 2º capítulo trata dos ângulos mortos colectivos e investiga como caímos na cegueira de forma voluntária ; no último capítulo são examinados os ângulos mortos geracionais, isto é, formas de pensar o mundo que parecem naturais e inevitáveis mas que são na verdade maneiras de ver herdadas e passadas de geração em geração.
1-Ângulos mortos biológicos. A nossa constituição biológica não nos permite ver organismos muito pequenos como as bactérias e os micróbios. Para isso temos que usar um microscópio. Para vermos através de vastas distâncias no espaço temos que usar telescópios. As lentes tecnológicas têm de ser usadas tanto para olhar para dentro do corpo humano como para espreitar os próprios átomos que compõem o mundo material.
Na tentativa de eliminar parasitas indesejados lançamos sobre as nossas plantas e os nossos solos mais de 2 milhões de toneladas de pesticidas. Cinquenta por cento da vida na Terra é invisível e no entanto é responsável por tornar o planeta habitável. Os cientistas sabem agora que as mais ínfimas formas de vida na Terra têm a responsabilidade de fazer com que sistema à escala planetária funcione e isto inclui o próprio ar que respiramos e os alimentos que comemos. As mais insignificantes formas de vida na Terra desempenham um papel essencial na criação dos sistemas que sustentam a vida no planeta . Há muito que somos cegos aos serviços invisíveis que as bactérias prestam pois devemos-lhe a nossa vida. As coisas que vemos não são sistemas fechados poi necessitamos da energia do mundo à nossa volta para manter a existência. Devido aos nossos ângulos mortos não somos capazes de ver como estamos intimamente ligados ao universo à nossa volta.
2-Ângulos mortos Sociais. Colectivamente caímos na cegueira de forma voluntária. Os nossos alimentos vêm de lugares que nâo vemos; a nossa energia é produzida de forma que não entendemos; os nossos resíduos desaparecem sem termos de nos preocupar com isso. Ao utilizarmos os combustíveis fósseis vamos libertar 45% mais de dióxido de carbono do que aquele que estaria naturalmente na atmosfera. Deixámos de usar os nossos resíduos para cultivar alimentos no solo e voltámo-nos para adubos químicos. Este é o sistema que nos sustenta na Terra e o nosso suporte de vida. E os resultados ruinosos que ele provoca aumentaram rapidamente: sobrepopulação, alterações climáticas e zonas mortas.
3-Ângulos mortos civilizacionais. Há verdades que as pessoas não vêm e desconhecem ou não ligam qualquer importância encarando com normalidade mesmo as coisas mais aberrantes. O O Tempo é imperceptível e não tem um valor absoluto mas relativo. Este é o nosso ângulo morto pois confundimos a nossa medida humana com o próprio tempo. Se tivermos 2 relógios um na Terra e outro em Júpiter eles movem-se relativamente um ao outro a diferente ritmos de velocidade e marcariam nos mostradores horas diferentes. A hora também não é igual aqui na Terra e a 20 Kms de altitude no espaço. Os relógios que estão mais afastados da sua gravidade sentem menos o seu efeito e andam mais devagar. As alterações climáticas estão a desequilibrar muitas espécies e ecossistemas As abelhas que fazem a polinização de muitas plantas não a estão a fazer na devida altura pondo em risco as colheitas. A invenção do relógio humano veio impor um ritmo artificial ao nosso tempo e às mudanças do nosso ritmo de vida
Espaço. Segundo dado estatísticos temos o acesso vedado a 99% do mundo à nossa volta. O mundo sem limites torna-se um mundo medido. As medidas não definem somente as fronteiras do nosso mundo mas também definem quem o ocupa. Segundo dados que foram recolhidos 33 milhões de hectares de terra em todo o mundo foram tomados a camponeses e agricultores e vendidos a estrangeiro. Na China devido à falta de alojamentos muitos pobres foram obrigados a viver debaixo da terra. Em Pequim cerca de 1 milhão de pessoas vivem numa rede subterrânea de antigos abrigos antiaéreos.
Robôs humanos. Actualmente há câmaras de vigilância quase em todos os países do mundo. Todo o nosso planeta está rodeado por olhos. Somos seguidos por câmaras que estão no céu a 35 Kms e digitalizando. Mas não damos por isso. Se essa vigilância nos protege de criminosos a verdade é que também é uma intrusão na vida privada das pessoas.
O Império vai Nu. Vivemos numa época em que as desigualdades são evidentes. O fosso entre ricos e pobres é de tal ordem que as 42 pessoas mais ricas do planeta têm tanto dinheiro como a metade mais pobre da população mundial. Enquanto os nativos da Austrália ficavam satisfeitos se a natureza lhe satisfizesse as necessidades básicas na sociedade capitalista moderna o excesso é uma necessidade. Numa economia assente no crescimento é preciso produzir, consumir e deitar fora.
Na parte final do livro a autora Ziya Tong reflecte sobre aquilo que é necessário fazer para salvar o nosso planeta. Na alegoria da caverna de Platão os prisioneiros ao verem sombras de pessoas projectadas nas paredes da caverna pensaram que eram reais e confundiam a aparência com a realidade. Também nós humanos muitas vezes ficamos cegos e não vemos a verdadeira realidade que os cientistas nos transmitem: a poluição da Terra a aumentar,e algumas espécies de animais a desaparecer. Não vemos que o ritmo infernal da vida que levamos é criado por nós. Ziya Tong diz e muito bem que « Se queremos sobreviver e chegar ao século XXII vamos precisar de um novo modelo global. Temos de alterar o sistema que construímos cujo objectivo é ser dono do máximo de coisas possível: ser dono do tempo, do espaço, de alimentos, de energia, de tudo excepto do lixo. Se uma revolução destruir um governo mas os padrões sistemáticos do pensamento permanecerem os mesmos então esses padrões irão repetir-se »
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