1-Alguns países europeus estão a passar momentos difíceis com imigrantes a chegar todos os dias à procura de paz e de sossego que não têm nos países de origem. A guerra leva muitas pessoas a atravessar o Mediterrâneo em embarcações frágeis pondo em risco a própria vida para chegar à Europa à procura de um lugar onde possam permanecer. Mas as coisas começam a complicar-se quando há fronteiras que se fecham e se constroem muros de arame farpado para não poderem passar. É certo que há países com uma taxa elevada de desemprego que não poderão acolher muitos refugiados se não houver uma ajuda dos que são mais ricos. E tudo se agrava ainda mais quando o Reino Unido entendeu submeter a referendo a sua permanência na UE. Sabe-se também que chegou a um acordo com o Presidente do Conselho Europeu no sentido de limitar temporariamente a livre circulação e as ajudas sociais a trabalhadores da UE residentes no Reino Unido. Se outros países como a Polónia, a República Checa, a Eslováquia e a Hungria se lembrarem de pedir o mesmo, teremos uma Europa “ à la carte “. Eu diria mesmo que perante esta realidade caminharemos paulatinamente para a desintegração da Europa.
2-Mas não é só no Médio Oriente que há instabilidade social e política. Há também muitas pessoas que no Continente Africano não têm condições para subsistir e percorrem milhares de quilómetros para chegar à Europa. Ditadores, políticos corruptos detêm uma grande parte da riqueza e as desigualdades sociais são gritantes. Não admira pois que os mais corajosos procurem países onde possam sobreviver. Se a globalização tirou muitas pessoas da miséria a verdade é que também permitiu a concentração da riqueza em poucas mãos. Na revista “ Além Mar “ dos missionários Combonianos vem um artigo que tem por título “ Uma economia que gera desigualdade “, muito elucidativo a este respeito. Assim, segundo dados da ONG oxfam “ a riqueza acumulada por 1% da população mundial mais abastada superou a dos restantes 99%. Diz ainda que no final do ano passado 62 pessoas possuíam tanto capital como a metade mais pobre da população global. Sabe-se também que 30% do património financeiro encontra-se em paraísos fiscais e essa verba estimada em 14 mil milhões de dólares daria para salvar milhões de crianças por ano e permitir contratar professores suficientes para escolarizar todas as crianças africanas”. Esta é outra realidade indesmentível e chocante
3-Desde a crise do subprime de 2008 nos Estados Unidos que a economia a nível mundial nunca mais se recompôs. A recessão e o fraco crescimento económico tem sido uma constante. Até os países emergentes como o Brasil voltaram novamente a recair. A China que foi dos países que mais cresceu nos últimos anos está a atravessar uma queda na produção e segundo o que foi noticiado nos órgãos de informação vão ser despedidos 500 000 trabalhadores.
Sobre a situação económica na Europa o economista Thomas Piketty diz num artigo da revista Visão o seguinte: “se o nível da actividade económica é de 10% a 20% menor do que há dez anos, não faz qualquer sentido pedir aos países do Sul da Europa excedentes primários do PIB de 3% a 4%. E no entanto, é isto que as instituições da zona euro, impulsionadas pela Alemanha e pela França continuam a pedir à Grécia, a Portugal e a toda a Europa do Sul. “
Daqui podemos concluir que a crise que estamos a viver só pode ser ultrapassada pelo investimento e pela criação de postos de trabalho e não pela austeridade que só vai agravar a situação. Se os países mais ricos não investirem os seus excedentes nos países mais pobres para criar riqueza, se não houver dinheiro a juros mais baixos para a criação de empresas, a UE caminhará inexoravelmente para o seu fim. Há políticos neoliberais em Portugal qua ainda acreditam, como Adam Smith, que o mercado resolve todos os problemas sem qualquer intervenção do Estado e que, quanto menos Estado melhor. Mas o que se está a ver é a concentração da riqueza nas mãos de poucas pessoas e as desigualdades sociais a aumentarem de ano para ano. Tudo isto é realidade que só não vê quem é cego.
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