Ao longo da História vão aparecendo filósofos e economistas que costumam fazer previsões ou profecias sobre a evolução política da sociedade. No século XIX Karl Marx, influenciado pela dialéctica de Hegel criou uma teoria em que a História consiste numa luta de classes acabando esta com a vitória do proletariado. Assim, a evolução política passaria pelas seguintes fases: ditadura do proletariado, socialismo, comunismo terminando este com o desaparecimento do Estado, das classes sociais e da propriedade privada.
A queda do Muro de Berlim em 1980 e o colapso da União Soviética veio desmentir esta tese. Depois com o fim da Guerra Fria a economia global com o impulso dos Estados Unidos ganhou uma grande força com a propaganda dos valores democráticos do Ocidente e do capitalismo do mercado livre. E foi em 1992 no auge deste período que o cientista político Francis Fukuyama escreveu o livro “ O Fim da História e o Último Homem “. Segundo este ilustre historiador a evolução sociocultural veio mostrar que, “ a democracia liberal se mantém como única aspiração política coerente e que o mercado livre e os princípios liberais foram bem sucedidos produzindo níveis sem precedentes de prosperidade material, tanto em países industrialmente desenvolvidos mas também em países que tinham feito parte do empobrecido Terceiro Mundo “ E Francis Fukuyama acrescentou ainda que, “ a crise do socialismo provocou o avanço do capitalismo no Mundo e o modelo económico liberal seria o melhor caminho para os países civilizados e com a liberdade atingia-se o ponto mais alto da evolução económica da sociedade contemporânea. Podiamos assim concluir que a melhor forma de governo seria a democracia liberal e o mercado livre sem a intervenção do Estado.
Mas os factos vieram demonstrar que a China atingiu um elevado nível de desenvolvimento sendo hoje a maior economia do Mundo sem ter um governo democrático nem ter perfilhado os direitos, liberdades e garantias dos países ocidentais.
Mais tarde a crise financeira de 2008 veio dar a machadada final na santidade da globalização e do mercado livre do capital sem a intervenção do Estado. A instabilidade política foi aumentando e hoje estamos a regressar à situação que existia no começo do século XX no período que decorreu entre as duas grandes guerras mundiais. A tendência é para a formação de Estados-nação populistas, fascistas, racistas e xenófobos. Muitos políticos são radicais de esquerda ou de direita e tentam ganhar a simpatia do eleitorado desiludido com os partidos tradicionais. Temos assim uma Europa desunida como a Inglaterra, a Hungria, a Itália , a Polónia a saírem dos carris e a não respeitar os valores humanistas ou democráticos. Nos Estados Unidos temos também Donald Trump erguendo muros para impedir a imigração de povos que fogem à fome e à miséria e cometendo barbaridades como o isolamento de crianças dos pais.
E aqui surge a opinião do economista britânico Stephen D. King que publicou recentemente o livro Lamentável Mundo Novo e em que profetiza o Fim da Globalização e o Regresso da História E para terminar irei transcrever algumas passagens da parte final. E passo a citar: “ A globalização tem sido associada à melhoria dos níveis de vida de uma parte cada vez maior da população do mundo que tem estado a aumentar. O euro poderá não conseguir sobreviver se alguns países estiverem condenados à estagnação. A queda do império soviético e o fracasso da tentativa de garantir a paz no Médio Oriente encorajou os EUA a olharem para próprio interior centrando-se nos seus interesses mais restritos na esperança de poder isolar-se de um mundo crescentemente caótico. Mas o recuo dos EUA só contribuiu para o caos. Quem poderia patrocinar um Plano Marshall no século XXI ? Se sentimos algum nervosismo perante a aceleração da imigração temos de pensar mais em apoiar o desenvolvimento nas zonas mais pobres do Mundo”. Relativamente à NATO Stephen D.King diz o seguinte : “ a manutenção da NATO é seguramente mais cara para os EUA do que par os outros Estados membros mas os EUA beneficiam em muito mais estável do que poderia acontecer se prevalecesse o inverso. E termina concluindo : “ os que favorece, a insularidade e o protecionismo desafiados a explicar como são capazes de pensar que a História está do seu lado.. Se prevalecerem as suas ideias teremos um Lamentável Mundo Novo.”
Estas considerações são pertinentes e deviam ser reflectidas pelas grandes potências para evitar as consequências de um futuro trágico ou seja de um regresso da História ao período que se viveu durante as duas grandes guerras mundiais.
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