Maquiavel nasceu na cidade de Florença em Itália e de todos os livros que escreveu «O Príncipe » é considerado por muitos como a sua obra prima. Viveu em plena época renascentista e foi contemporâneo de grandes artistas : Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci, Ticiano e outros. Ao escrever o livro “ O Príncipe “ dedicou-o a Lourenço de Médicis, pensando que daí pudesse obter algum proveito, mas tal não veio a acontecer. Para compreendermos o seu pensamento selecionei algumas frases mais relevantes que passo a citar:
1-O desejo de conquistar é uma coisa muito comum e de acordo com a natureza, e todas as vezes que os homens que puderem fazer conquistas, serão louvados por isso ou, não serão censurados. 2-Quando como disse, os países que se conquistaram estão habituados a viver segundo as suas leis e em liberdade há três maneiras de conservar a sua posse: a primeira é destruí-los; a segunda é ir viver para lá pessoalmente; a terceira é deixá-los viver segundo as suas leis e cobrar um tributo, depois de formar um governo de poucas pessoas que conservem a sua amizade.3- Na verdade, não existe maneira mais segura de fruir uma província conquistada do que arruinando-a. 4-O príncipe não deve ter outro objectivo nem outro pensamento, nem tomar a peito outra matéria, que não seja a arte da guerra, a organização e a disciplina militar. 5-O príncipe que deseja manter a sua posição, precisa também de aprender a não ser bom e a servir-se ou não dessa faculdade de acordo com a precisão. 6-É melhor ser temido do que amado, se só se puder ser uma delas. 7-Não deve preocupar o príncipe o facto de, para conservar todos os seus súbditos em união e obediência, ganhar fama de cruel, pois será muito mais compassivo do que os príncipes que, por excesso de clemência, deixam alastrar as desordens, das quais se geram assassínios e rapinas.8-Quando um príncipe comanda um exército, tendo às suas ordens uma multidão de soldados, então não se deve preocupar nada com a fama de cruel. 9-Convém saber que há dois tipos de combates: pelas leis e pela força. A primeira é própria dos homens e a segunda é própria dos animais. Mas como muitas vezes aquela não chega, há que recorrer a esta, e por isso o príncipe precisa de saber ser animal e homem. É necessário ser raposa para reconhecer as manhas e leão para meter medo aos lobos.
Da leitura do livro podemos concluir que para Maquiavel quem queria conquistar o poder todos os meios são lícitos O que conta é a razão de Estado e não os princípios éticos e morais. Segundo informações que recolhi o livro “ O Príncipe “ era uma obra de leitura obrigatória na Academia de Informações Externas da antiga União Soviética, da qual foi aluno Vladimir Putin que formava os espiões do KBG. Deste modo Putin leu este livro e aprendeu muito com ele. Era bom que ele tivesse lido também a Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco pois aprendia outra maneira totalmente diferente de fazer política. O Papa diz-nos, e todos nós sabemos, que a Paz não se constrói com a guerra. Todos somos filhos de Deus e por isso devíamos ser irmãos uns dos outros. Com a polarização política em muitos países nega-se ao outro o direito a existir e de pensar. O mundo existe para todos, porque todos nós, somos seres humanos, nascemos nesta Terra com a mesma dignidade. É possível um Planeta que garanta terra, tecto e trabalho para todos. Este é o verdadeiro caminho da Paz e não a estratégia insensata e míope de semear medo e desconfiança perante ameaças externas. Para tornar possível o desenvolvimento de uma comunidade mundial capaz de realizar a fraternidade é necessária a política melhor, a política colocada ao serviço do bem comum. Mas esta política não é a dos partidos populistas nem do liberalismo económico. A política populista está ao serviço do seu projecto pessoal e da sua permanência no poder. Os liberalismos sem controle estão ao serviço dos interesses económicos dos poderosos. A paz não é a ausência de guerra, mas o empenho incansável de reconhecer, garantir e reconstruir concretamente a dignidade, tantas vezes esquecida ou ignorada. A falta de desenvolvimento integral impede que se gere a paz. A partir do desenvolvimento incontrolado de armas nucleares, químicas e biológicas, conferiu-se à guerra um poder destrutivo, incontrolável que atinge muitos civis inocentes. A guerra não é uma solução pois os riscos são sempre superiores à hipotética utilidade que se lhe atribua. Toda a guerra deixa o mundo pior do que se encontrava.
Para terminar direi que o Papa Francisco faz uma análise profunda do ponto de vista político, económico e sociológico, de todos os aspectos relacionados com a paz. Para se conseguir a paz é necessária a colaboração, o diálogo e o consenso entre Estados e instituições. É preciso também reconhecer que todos os homens são iguais em direitos e que tem de se respeitar a dignidade humana. Tudo isto tem na sua base a fraternida-de e a amizade. Pela força, pela violência ou pela guerra nada se resolve e caminharí-amos para o caos. Espero que Putin ponha termo a esta guerra absurda e reflita nos estragos e no sofrimento que provocou ao povo Ucraniano. Mas para Putin a democracia não tem qualquer sentido e por isso tenta pela guerra tirar proveito da fragilidade de alguns países democráticos com pouca capacidade de resposta a agressões desencadeadas por grandes potências.
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