Este é o título de um livro escrito por Raul Manarte que exerce Psicologia há duas décadas no SNS e em clínica privada. O título deste livro deixou-me perplexo pois para mim o Altruísmo existe, existiu e continuará a existir. Fui ao dicionário e verifiquei que altruísmo significa amor ao próximo, filantropia, caridade, amor à humanidade sem distinção de raça ou de nacionalidade. A tudo isto acrescento que altruísta é aquele que pratica o bem sem esperar recompensa. O Altruísmo existiu e temos o caso do conhecido Aristides de Sousa Mendes que foi cônsul de Portugal em Bordéus na França e salvou milhares de judeus do holocausto pondo em risco a sua carreira diplomática tal como veio a acontecer. Hoje centenas ou milhares de pessoas vão prestar ajuda a quem precisa de apoio em situações de catástrofe ou de guerra pondo em risco a própria vida. No futuro haverá sempre pessoas ou políticos que instigam à violência ao ódio e à guerra e ao caos como está a acontecer na Ucrânia com a ambição imperialista de Putin que pouco se importa com o sofrimento que está a infligir ao povo Ucraniano. Por outro lado também não irão faltar no futuro altruístas para restabelecer a paz e a ordem e contribuir com donativos e ajuda humanitária às vitimas da guerra e de catástrofes. Voltando atrás o autor esclarece na capa do livro que «isto de ter comportamento altruísta nada tem a ver com ser anjinho, com autossacrifício ou mesmo com deixar de ser egoísta». Aqui concordo plenamente com o autor do livro. O altruísmo pode ser definido de uma forma positiva ou negativa. No primeiro caso é altruísta quem apoia e ajuda o próximo sem esperar recompensa. No segundo caso não é altruísta quem é racista , xenófobo ou se deixa dominar pelo ódio. É claro que nem todos podem ser altruístas. Há limitações como a idade e a incapacidade física. Mas mesmo nestas condições é sempre possível recorrer a donativos quem tiver condições para o fazer e que são sempre úteis e necessários em determinados casos.
Na 2ªparte do livro Raul Manarte faz a distinção entre empatia emocional e empatia cognitiva.. A empatia emocional é sentir algo semelhante ao que os outros estão a sentir. É ver alguém triste e ficarmos também um pouco tristes, é ver alguém entusiasmado ou nervoso e sentir algo parecido. A empatia cognitiva ( ou compaixão ) é perceber o outro, percebê-lo como se fôssemos ele próprio ( ou na medida do possível ). E por fim temos o altruísmo ou comportamento pró-social, ou seja, o acto, a acção de ajudar alguém.
O altruísmo pode ser levado a cabo através de voluntarismo, do trabalho humanitário e do activismo. O voluntarismo consiste em prestar assistência prática em determinadas comunidades e através do ensino ; o trabalho humanitário tem a ver com a ajuda em situações de guerra ou em países menos desenvolvidos. Existem mesmo organizações internacionais como a FAO, Unicef, e ACNUR ; o activismo consiste em ajudar a mudar o que está mal. Teve um papel importante para pôr fim à escravatura, ao fim do apartheid e na luta pelos direitos individuais como o voto das mulheres.
Na 3ª parte do livro Raul Manarte fala de dois grupos que dividem a sociedade e que por vezes dificultam a tomada de decisões importantes. Esses grupos são NÓS e ELES. Os emigrantes são vistos para alguns com uma ameaça pois vão roubar trabalho aos que estão cá.
Um acto de altruísmo, um acto de ajuda ocorre não só a nível interpessoal ( A pessoa A ajuda a pessoa B), mas também a nível intergrupal ( Um de Nós ajuda um Deles ). Se estás a tentar pôr alguém para um dos nossos ( portugueses a ajudar portugueses, ,enfermeiros a ajudar enfermeiros, mulheres a ajudar mulheres ) a tarefa é mais fácil. Mas se estás a tentar mobilizar os Nossos para ajudar os Deles o desafio será diferente. Quanto aos emigrantes é preciso ver que uma grande maioria começa a trabalhar e por isso não só deixa de precisar de ajuda como vai contribuir para melhorar a economia do país. Para o autor também se pode pode motivar as pessoas a ser altruístas por motivos egoístas ( Ajuda ! Vai fazer-te bem ! )
E para terminar direi em resumo que se trata de um livro com conselhos práticos para motivar o altruísmo. O empenhamento de alguém pode entusiasmar ouros grupos e assim contribuir para uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais humana.
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