Este é o título de um livro escrito por Madeleine Albright que foi publicado este ano. A autora nasceu em 15 de Maio de 1937 em Praga na antiga Checoslováquia. É de origem judia e teve de fugir duas vezes da sua cidade natal; a primeira devido à ocupação nazi em 1939 e a segunda quando os comunistas tomaram o poder em 1948. A família foi obrigada a emigrar para os Estados Unidos e foi aí que Madeleine estudou. Em 1957 recebeu a cidadania norte-americana.
No livro Fascismo ( Um alerta ) Madeleine Albright faz uma história do fascismo que começou nas primeiras décadas do século XX com Mussolini e Hitler. Depois houve uma longa lista de seguidores em todos os continentes: Péron na Argentina, Chavez e Maduro na Venezuela, Erdogan na Turquia, Putin na Rússia, Órban na Hungria, Kaczynski na Polónia, Kim Jong-un na Coreia do Norte, Duterte nas Filipinas e Trump nos Estados Unidos
Antes de mais convém esclarecer o que se entende por fascismo e como tem a sua origem. Quando um governo se encontra fragilizado e incapaz de governar aparecem sempre ídolos que prometem fazer tudo e mais alguma coisa e através de uma retórica nacionalista e populista conseguem agradar às massas. Normalmente apelam ao ódio,à vingança e ao medo para fazer vingar os seus pontos de vista. Uma vez no governo concentram em si todos os poderes proibindo as manifestações, impondo a censura aos media e prendendo os opositores.. Foi isto que fizeram Mussolini e Hitler. Na Itália o rei Vitor Emanuel incapaz de governar escolheu Mussolini para primeiro ministro. Em 1926 o Duce tinha abolido os partidos políticos concorrentes, abolido a liberdade de imprensa, neutralizando o movimento sindical e garantindo o direito de nomear ele próprio os funcionários municipais. Convidado por um jornalista a resumir o seu programa, Mussolini respondeu: “ É quebrar os ossos aos democratas … e quanto mais depressa, melhor. “ Quanto a Hitler sabemos que foi um estudante medíocre e que era intratável, obstinado e arrogante. Abandonou a Escola aos 16 anos. Alistou-se no exército Bávaro com a graduação de cabo. No fim da 1ª Grande Guerra Mundial foram impostas à Alemanha sanções severas e obrigada a aceitar as culpas da guerra, a ceder territórios e a pagar indemnizações. No dia 30 de Janeiro de 1933 o Presidente Hindenburg incapaz de governar entregou o poder a Hitler. Uma vez no poder Hitler acabou por destruir o que restava da democracia alemã. Os verbos de acção que empregava eram sempre os mesmos : esmagar, destruir, aniquilar e matar.
Estaline assumiu o poder governamental a partir de 1924. Através de um processo de depuração e deportações maciças o seu poder afirmou-se progressivamente. O principal alvo de ataque na União soviética eram os proprietários de terras, a burguesia e só mais tarde os judeus. Enviou para a Sibéria milhões de “inimigos de classe” e ordenou a execução de milhares de pessoas, incluindo oficiais das forças militares, funcionários do partido e membros do bureau político. Durante a Guerra Fria a União Soviética apoderou-se de vários países balcãs.
Com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria pensou-se que a democracia liberal seria o regime político a ser adoptado pela maioria dos Estados de todos os continentes. Acontece que a crise financeira de 2008 veio negar estas expectativas. Também o fluxo migratório provocado pela guerrilha jiadista agravou ainda mais a estabilidade política. Alguns países fecharam as suas fronteiras erguendo muros e tomaram posições isolacionistas, protecionistas, racistas e nacionalistas. Na Hungria Órban é “ um nacionalista antidemocrático e xenófobo com um programa cruel antirrefugiados. Na Polónia Jaroslaw Kaczynski subverteu a independência do Tribunal Constitucional reduzindo-o a um órgão sem capacidade de decisão. O Parlamento aprovou uma lei aumentando o controlo do Conselho Judicial Nacional ( que nomeia os juízes ) e obrigou quase metade do Supremo Tribunal a demitir-se. Na Venezuela Maduro tenta perpetuar-se no poder e tornar-se um presidente vitalício. Erdogan na Turquia controla a imprensa e nomeia para os tribunais juízes da sua confiança. Na Rússia o ditador Putin utiliza hoje no governo o mesmo método que usava quando era operacional do KBG. As eleições fazem-se apenas para prolongar os mandatos dos candidatos apoiados. As cadeias de televisão são órgãos de propaganda. As pessoas que criticam Putin são presas ou assassinadas. A administração das grandes empresas estão nas mãos de antigos membros do KBG. Na Coreia do Norte o poder transmite-se sem interrupção de uma geração para a outra. Actualmente está no poder Kim Jong-un que é um ditador fascista. Os cidadãos que são presos por crimes e delitos comuns são confinados em campos prisionais. Podem ser torturados, trabalhar até à morte ou morrer por inanição. Uma pessoa acusada de crime pode ser executada em público sem julgamento. Mulheres e raparigas que são alvo de abusos sexuais por funcionários governamentais, guardas prisionais ou polícias não têm o direito de recorrer. A prática religiosa é proibida. Nos Estados Unidos Trump adopta medidas protecionistas, procura fugir às despesas com a NATO e faz tudo para desunir a Europa. Apoia ditadores como Duterte das Filipinas ou Erdogan da Turquia. Para Trump os tribunais americanos são parciais, o FBI é corrupto, a imprensa quase sempre mente e as eleições são manipuladas.
Quase no fim do livro em jeito de conclusão Madeleine Albbright diz o seguinte: “ O que torna um movimento fascista não é a ideologia mas a predisposição para fazer tudo o que for necessário- incluindo recorrer à força e espezinhar os direitos dos outros-para alcançar a vitória e impor a violência “. E acrescenta : “ Um governo fascista que silencia um meio de comunicação acha mais fácil silenciar um segundo; o Parlamento que ilegaliza um partido político passa ter um precedente para banir o seguinte; a maioria que priva determinada minoria dos seus direitos não fica por aí; a força de segurança que espanca manifestantes e fica impune não hesita em voltar a fazê-lo.
A instabilidade política a nível mundial tem provocado surpresas pois alguns países democráticos estão a adoptar políticas nacionalistas e racistas. Temos o que se chama democracias iliberais ou seja os políticos foram eleitos por processos democráticos mas uma vez instalados no poder não respeitam os direitos e as liberdades dos cidadãos e das minorias. Por isso faz todo o sentido que Madeleine Albright faça um Alerta par prevenir os perigos do fascismo
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