1-Democracia é uma palavra que deriva do grego ( demokratia) e que significa governo do povo. A democracia apareceu na Grécia no século V a.c. com Péricles que governou Atenas 15 anos seguidos. A democracia era ainda muito limitada pois havia cidadãos que não podiam votar e neste número estavam incluídos os escravos, as mulheres e os estrangeiros designados por metecos. Aqueles que podiam votar reuniam-se na Assembleia do Povo (Eclesia) e aí exerciam o poder legislativo votando decretos e também o poder de deliberar em matéria de política externa decidindo da guerra e da paz. Esse poder era exercido directamente em assembleia e não havia como hoje o poder representativo.
Para Platão a melhor forma de governo era a do Rei-filósofo. Aristóteles pensava de maneira diferente e admitia que o melhor governo era o da classe média desde que tivesse como objectivo o interesse de todos. A democracia era para Aristóteles uma forma degenerada da politeia (republica). Assim, enquanto a politeia consistia no governo de muitos no interesse de todos a democracia tinha apenas em vista o interesse dos mais pobres.
O caminho para a democracia foi lento e prolongou-se por muitos séculos. Durante a Idade Média o regime predominante foi a monarquia absoluta ou seja um governo em que o Rei detinha o poder absoluto. O primeiro passo para limitar o poder absoluto dos monarcas foi a Magna Carta de 1215 na Inglaterra. Seguiram-se depois várias etapas das quais convém destacar a trilogia igualdade, liberdade e fraternidade proclamada em 1789 pela Revolução francesa.. Com a Declaração da Independência dos EUA em 1776 surge a 1ª Constituição Democrática de 1789 na qual já aparece a separação de poderes. Com o fim da 2ª grande guerra mundial vão aparecendo na Europa e no mundo Estados Democráticos mas também regimes ditatoriais alguns de ideologia marxista e de partido único em países com a Rússia e na China. Temos assim governos democráticos, ditaduras e até em países árabes teocracias ou seja Estados em que a política se rege por normas religiosas
2-A democracia é o sistema de governo que melhor defende os direitos e liberdades individuais. Há no entanto políticos que nas eleições procuram cativar o voto dos eleitores prometendo muitas coisas que depois não fazem. Outros dizem que vão defender os interesses do povo enquanto os seus adversários políticos são considerados corruptos. Entramos assim no campo do populismo. Trump usou esta táctica nas eleições americanas e também a Frente Nacional em França e o Podemos em Espanha. A Polónia e a Hungria estão a explorar o descontentamento social com a entrada de imigrantes para criar rupturas com o sistema democrático e com a UE.
A onda migratória para a Europa desencadeada pela guerra na Síria e noutros países muçulmanos está a originar movimentos xenófobos. Alguns países como a Hungria começaram a erguer vedações de arame farpado para evitar a entrada de emigrantes. Trump mal ganhou as eleições revelou que iria erguer um muro ao longo da fronteira com o México com o objectivo de impedir o fluxo migratório. Esperemos que o racismo não ganhe força nem raízes na Europa.
4-Numa entrevista à Revista Visão, o filósofo Jason Brennan, professor na universidade de Georgetown disse o seguinte: “quando obrigamos todos os cidadãos a votar, inundamos as urnas com os menos informados. Do mesmo modo que não queremos os bêbados a conduzir, também não queremos os ignorantes a votar “. Sobre isto diria que mesmo nos países em que o voto é obrigatório os cidadãos que não estão bem informados ou que não simpatizam com nenhum partido podem sempre votar em branco. Mas Jason Brennan vai mais longe e diz que o mundo está hoje menos democrático do que há 40 anos. Para corrigir o sistema sugere que o sufrágio universal, com o qual concorda, inclua também um conselho epistocrático composto por cidadãos com fortes conhecimentos de sociologia e de filosofia política, com direito a veto nas decisões menos apropriadas do poder político.
Todas as sugestões que possam ajudar a corrigir as imperfeições do sistema democrático são bem-vindas desde que não ponham em causa os direitos individuais a liberdade de expressão e a separação de poderes.
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