A época que estamos a viver está a produzir alterações a nível económico, político e social. A China um país comunista é hoje a maior economia do mundo. A democracia está a decair em muitos países e a caminhar para o populismo ou para a plutocracia. Verifica-se também que enquanto a riqueza se concentra num número reduzido de pessoas as desigualdades sociais e a decadência da classe média estão a aumentar.
“A Desigualdade no Mundo “ são o tema de um livro escrito por Banko Milanovic professor na City de Nova York do qual irei fazer um breve resumo.
O que irá acontecer no próximo século? É difícil fazer previsões mas há certas hipóteses a considerar. É natural que as economias mais pobres ou emergentes apresentem taxas de crescimento mais elevadas “per capita” do que os países ricos. Em países como a China as desigualdades podem diminuir mas em países pobres podemos assistir também a um aumento da desigualdade. Quais serão os perigos da desigualdade ? O crescimento da desigualdade vai diminuir a classe média que tem um efeito preponderante na manutenção da democracia e da estabilidade. O afastamento da democracia pode assumir duas formas: uma delas é a plutocracia norte americana e a outra o populismo europeu.
Plutocracia- Nos EUA os ricos é que mandam na política. As empresas são consideradas pessoas individuais e por isso podem interferir na política financiando os partidos. A atenção dos ricos recai sobre a supressão da democracia procurando suprimir a vontade dos pobres e desviando a atenção da classe média para problemas relacionados com questões de cariz social e religiosos. As pessoas não vão votar com base em assuntos económicos mas em problemas que têm a ver com a imigração, a religião e o aborto.
Populismo europeu- Os partidos populistas europeus dão mais atenção aos malefícios da globalização e aos problemas causados pela imigração procurando tirar partido da classe média e apontando o fluxo migratório e livre a circulação de capitais e do comércio como a origem de todos os males. Resumindo diria que a plutocracia tenta prosseguir a globalização enquanto sacrifica elementos básicos da democracia como a igualdade de direitos. O populismo tenta simular que é democrático enquanto reduz a exposição à globalização fechando as fronteiras à imigração.
O último capítulo do livro começa com a seguinte pergunta ? O que virá a seguir ? Para que a desigualdade no mundo diminua precisa de um crescimento rápido noutros locais além da China. O aumento da desigualdade pode empurrar ainda mais a política norte-americana no sentido da plutocracia e na China pode transformar o Partido Comunista para um regime mais nacionalista e autocrata ou conduzi-lo no sentido de uma democracia.
Para haver maior igualização na redistribuição da riqueza a longo prazo será necessário: 1-Impostos elevados sobre as sucessões o que impediria os países de poderem transferir uma enorme quantidade de activos para os filhos. 2- Políticas de tributação das sociedades que estimulem as empresas a distribuir acções pelos trabalhadores , caminhando no sentido de um capitalismo limitado pelos trabalhadores. 3-Políticas fiscais e administrativas que permitam aos pobres e à classe média possuírem e manterem activos financeiros. Tudo isto parece utópico mas faz parte de uma economia do Bem Comum.
Para o autor do livro a redução da desigualdade de rendimentos em termos gerais pode ser preferível mesmo que o principal objectivo seja reduzir as desigualdades de natureza racial ou de género. Por outro lado os problemas relacionados com o trabalho não se resolvem com a abertura das fronteiras aos imigrantes. “ O crescimento dos países pobres continuará a ser de importância vital e também a ferramenta mais importante para a redução da pobreza. Taxas de crescimento económico elevadas continuarão a ser essenciais especialmente para os países em África , na Ásia e na América Central. Se o crescimento dos países pobres melhorar, também resolvemos facilmente o problema da procura reprimida da migração. Tal significaria menos política populista e xenofobia na Europa e uma maior utilização da migração como arma política nos EUA “
O último capítulo do livro termina com a seguinte pergunta: A desigualdade irá desaparecer à medida que a globalização prossegue ? A resposta é negativa. Os ganhos com a globalização não serão distribuídos de forma equitativa.
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