Este é o título de um livro escrito por Martin Moore , director do Centro de Estudos de Media e professor catedrático no Departamento de Economia Política no King´s College de Londres.
Há muito que a democracia entrou em crise e se encontra a colapsar. Os regimes democráticos não só na Europa mas de uma maneira geral em todos os Continentes estão a resvalar e a transformar-se em autocracias ou ditaduras. Nas campanhas políticas e oficiais o eleitorado é influenciado por mensagens específicas que vão orientar os votos a favor de um determinado partido. Nas campanhas não oficiais levadas a cabo por indivíduos abastados , organizações e por grupos de pressão as decisões e os resultados alteram-se ainda mais. Em 2014 na Índia Narenda Modi é eleito com maioria absoluta e em 2016 nas Flipinas Rodrigo Duarte tem também uma vitória chocante. Na Itália em 2018 ascendeu ao poder o Movimento Cinco Estrelas em Itália.
A revolução nas comunicações digitais, Google, Facebook ou Twitter, vão ter um peso importante nas eleições, derrubando os candidatos tradicionais e apagando os partidos centristas. Na Rússia, Vladimir Putin tentou impor a soberania digital, obrigando a um controle dos dados oficiais dos cidadãos e exigiu que todos os blogues com uma audiência de mais de três mil visitantes por dia se registassem como organizações de comunicação regulada. No Irão e na China havia também meios para controlar e policiar a Internet.
No ano de 2016 os velhos sistemas democráticos estavam já sujeitos a manipulações por três tipos de « piratas informáticos » : 1- indivíduos ; 2- plutocratas ; 3-estados estrangeiros. No primeiro grupo há a salientar movimentos extremistas radicais como o AFD na Alemanha. Dele faziam parte neonazis, tecno libertários, anarquistas nacionais. Havia uma destruição deliberada das normas democráticas na esfera digital colocando a liberdade, a soberania on line acima de tudo o resto. No segundo grupo os multimilionários tendem a perverter a política democrática usando a sua riqueza para sabotar o sistema político existente. Estes plutocratas procuram subverter os meios de comunicação social mainstream . A família Mercer doou 11 milhões de dólares a um fundo eleitoral que apoiava Ted Cruz, o candidato republicano mais odiado pelo partido. Os extremistas da liberdade representam o maior perigo evidente para a democracia. As plataformas digitais nomeadamente a Internet e a Google contribuíram para a maior experiência de anarquia que alguma vez tiveram. No terceiro grupo estão os Estados Estrangeiros. O KGB investiu enormes quantidades de tempo, energia e esforço na recolha, produção e disseminação de propaganda e desinformação. Em 2013 o jornal Russo independente Novaya Gazeta descobriu uma empresa criada nos arredores de São Petesburgo que contratava pessoas para comutar, publicar e escrever blogues online a favor do governo Russo e para desacreditar os políticos da oposição e os inimigos da Rússia.
Que caminhos irá seguir a democracia no futuro ? Muitos países estão já a utilizar plataformas digitais que vão ajudar a facilitar os serviços na área da saúde e da educação. A outra opção é a democracia da vigilância utilizada pela China, a Índia, Singapura, Malásia, Sri Lanka e Indonésia para controlar a vida dos cidadãos. Mas aqui põe-se em causa várias das liberdades que os cidadãos gozam e que passam a ser mais restritas. Existe ainda uma terceira direcção que é a de uma democracia remanipulada para a era digital. Muitas pessoas estão a reconhecer que os nossos sistemas políticos democráticos já não estão a funcionar como deviam. As plataformas digitais podem melhorar esses sistemas mas estão também a debilitá-los e a remodelá-los. Há provas de abusos políticos das plataformas. Estamos pois a caminhar para uma nova era que poderá ser mais eficiente e conveniente mas que será também menos tolerante, compassiva e menos livre. É possível no entanto seguir um caminho diferente e permitir que a democracia evolua de forma a beneficiar da tecnologia digital sem ser dirigida por ela e renovando a confiança das pessoas, na eficácia dos sistemas políticos democráticos mas só seguindo regras adequadamente.
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