Quase todos os dias no café passo os olhos pelo Jornal de Notícias para ficar com uma ideia do que se passa no País e no Mundo.
Na última página leio quase sempre com agrado a coluna “Por outras palavras “. Aprecio o estilo conciso e directo com que o autor, Manuel António Pina, aborda os mais diversos temas. Não são todos os que conseguem dizer muito em poucas palavras.
Acontece que um artigo publicado no dia15 deste mês com o título “ Respeitinho é que é preciso “ conseguiu irritar-me. O tema foi uma entrevista dada pelo líder do Partido Liberal inglês Nick Clegg à BBC em que este afirmou não acreditar
Fiquei também a saber que Manuel António Pina tem uma concepção maniqueísta da política. Para ele há bons e maus políticos. Os bons são os ateus ou,“ lato sensu “ , os que não acreditam em Deus. É a estes que dá o seu voto pois lhe merecem toda a sua confiança. Os maus ficam do outro lado do muro: são os crentes ou os que dizem respeitar os crentes. Mesmo que sejam sinceros não passam de hipócritas pois o que pretendem é cair nas simpatias dos eleitores e caçar votos.
Este raciocínio parece indicar que os eleitores na sua grande maioria são crentes e é preciso ter respeitinho por eles se quiserem ganhar eleições. Aqui ocorre-me perguntar: Será que os eleitores crentes são todos ignorantes e estão no lugar errado ? Se a situação se invertesse, provavelmente, já não seria necessário aos políticos dizerem que têm respeito pelos crentes. Só que para grande tristeza e mágoa do colunista isso não irá acontecer tão cedo. A secularização da sociedade profetizada por Marx, Durkheim e Weber e a consequente inutilidade da religião ainda não chegou.
Para terminar vou lançar um desafio a Manuel António Pina. Se ele me conseguir provar que Deus não existe sou eu que vou precisar de me converter ao seu ateísmo.
Francisco Martins
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