1-Quando o Eng. Sócrates apresentou pela primeira vez ao país o projecto do TGV , o actual primeiro-ministro Passos Coelho e o PSD opuseram-se de imediato dizendo que o Portugal não tinha condições financeiras para dar execução a esta obra. Há bem pouco tempo apareceram títulos na imprensa dando a entender que o Governo tinha mudado de opinião. Mas as informações que foram veiculadas eram díspares e desconexas: “ o governo avança em 2014 com a linha do TGV entre Lisboa e Madrid ; Álvaro Santos Pereira diz que o TGV só vai fazer-se a partir de 2015; e finalmente o Secretário de Estado Sérgio Monteiro esclarece que a linha ferroviária é exclusivamente para mercadorias. “ . Tudo isto prova a desordem que vai no Governo onde cada um fala por si com desmentidos sucessivos.
2-O TGV é uma obra polémica e fracturante que não é aceite por todos os portugueses. Tem aspectos positivos e negativos. Sabemos que iria criar empregos a milhares de trabalhadores e dar vida a muitas indústrias relacionadas com os materiais a fornecer para a obra. Era sem dúvida um estímulo poderoso para a nossa economia que está em fase de recessão. Por outro lado a CE iria financiar 85% os custos de execução cabendo ao Estado português os 15% restantes. Há no entanto aspectos negativos a ter em conta. Um questão que desde logo se coloca é a de saber em quanto vão importar os custos de manutenção. Será que as receitas com a exploração da linha darão para cobrir as despesas ? E os 15% que o Estado português irá pagar não vão aumentar ainda mais a nossa dívida ?
3-Mas o que é mais curioso e interessante no meio de tudo isto é a reviravolta que Passos Coelho e o Governo deram a respeito do TGV. Antes o país não estava em condições de se aventurar numa obra de gigantescas proporções pois iria agravar a situação financeira do país. De um momento para o outro tudo mudou. Até parece que vivemos no melhor dos mundos e que o pior já passou.
Esta situação vem comprovar aquilo que já sabemos de há muito. A maioria dos políticos mentem descaradamente. Dizem uma coisa na oposição e fazem outra quando estão no Governo. São verdadeiros cataventos que mudam de opinião conforme as circunstâncias. É por estas e por outras que muitos cidadãos nas eleições não votam ou votam em branco. É preciso que os políticos sejam coerentes com o que afirmam e sinceros com o que dizem pois só assim se poderá credibilizar a democracia.
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