Nos últimos tempos o ateísmo tem sido um tema recorrente na imprensa e na literatura. È toda uma parafernália de livros que procuram desmistificar as Religiões ou melhor provar que Deus não existe. O expoente máximo, a estrela mais brilhante deste universo parece ser o britânico Dawkins.
No jornal “ Público “ do dia 27 de Dezembro passado o colunista Rui Tavares critica o cardeal Patriarca de Lisboa, D.José Policarpo por este considerar o ateísmo o maior drama da Humanidade. Parece-me que o tema merece uma abordagem mais profunda para não se ajuizar de forma incorrecta a mensagem do senhor cardeal Patriarca.
É claro que há fome, guerras, doenças, miséria e estes assuntos deviam merecer toda a atenção da Igreja, do poder Político e de nós todos pois são problemas que não nos podem deixar indiferentes.
É certo que a violência, as guerras são provocadas tanto por ateus como por religiosos como é o caso dos fundamentalistas islâmicos. Há ateus e religiosos que se preocupam com a paz e com os problemas sociais e se empenham a sério na construção de um mundo melhor. Ou seja há bons e maus de ambos os lados.
Se compararmos no entanto o ateísmo com o cristianismo verificamos que as diferenças são notórias. O ateísmo confia exclusivamente na ciência e no progresso para constituir uma sociedade melhor. Deus não só não é necessário como é um obstáculo. Mas uma sociedade que aponta para o vazio e acaba no nada é uma sociedade sem esperança.
Para o cristianismo a verdadeira esperança está em Deus que nos ama e quer que todos os homens se respeitem e se amem mutuamente . A felicidade na terra é sempre efémera e transitória comparada como o amor de Deus que é infinito . Estão aqui em confronto como diz Santo Agostinho duas cidades : a terrestre que esquece Deus e se funda no amor próprio e em coisas perecíveis e a de Deus que é eterna e aponta para o amor de Deus com desprezo do nosso egoísmo.
Na parte final do seu artigo diz o colunista atrás referido que se a Igreja se preocupar mais com os jogos de linguagem os problemas se irão agravar. Concordo em parte com esta afirmação mas seríamos injustos se disséssemos que a Igreja não se preocupa com os problemas que afectam grande parte da Humanidade. Há padres, missionários, religiosos e religiosas por todo o Mundo que dedicam a suas vidas ao serviço dos mais carenciados e dos que sofrem perseguições e injustiças. Não se pode radicalizar a questão. É pela união de crentes e não crentes que se construirá um mundo melhor, mais humano e mais justo.
Francisco Martins
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