1-Estamos a poucos dias das eleições legislativas. A campanha eleitoral, à semelhança de outras anteriores, primou pelo vazio de ideias. Os principais líderes partidários gastaram uma boa parte do tempo em acusações e ataques recíprocos em vez de esclarecerem os eleitores sobre a melhor forma de governar o país. Para Passos Coelho, o primeiro-ministro teria levado Portugal à bancarrota se não fosse a intervenção pronta do FMI. José Sócrates pensa de maneira diferente pois, se o PEC 4 tivesse sido aprovado não necessitávamos de ajuda externa.
Houve, no entanto , muitas questões importantes que ficaram por tratar . Eis algumas que me ocorreram:
Será o Serviço Nacional de Saúde sustentável, a médio e longo prazo, quando sabemos que há cada vez mais idosos a precisarem de médicos , medicamentos e meios auxiliares de diagnóstico ? O que é necessário fazer para não entrar em colapso ?
Será a Segurança Social sustentável quando há cada vez mais desempregados e cada vez menos trabalhadores no activo a descontar ?
Será ,ou não ,necessário estabelecer um tecto máximo para as Pensões de Reforma de forma a tornar o sistema viável ?
Será que não é possível fazer mais para tornar a Justiça mais rápida e eficiente ?
A estas e outras perguntas gostaria o comum dos cidadãos de obter uma resposta . Mas numa campanha eleitoral o que interessa mais é a política espectáculo e os discursos bonitos que empolguem as massas nos comícios.
Comparando esta campanha eleitoral com outras anteriores fica a ideia que não houve tanta despesa em outdoors e em propaganda. Falo pelo que vi no local onde vivo. Os banquetes e as jantaradas seriam, porém, desnecessárias no tempo de crise em que vivemos.
2-As últimas sondagens dão-nos o PSD à frente do PS e a possibilidade de poder formar uma maioria parlamentar associando-se como tudo indica ao CDS . O resultado final dependerá muito da abstenção e da maneira como o voto flutuante se orientar, ou seja, dos que votam ora no PS ora no PSD. Se há eleitores para quem pode contar a experiência governativa de Sócrates outros poderão apostar na vontade e no querer de Passos Coelho que certamente irá desenvolver todos o esforço para deixar uma boa imagem como político.
Tudo pode acontecer e até ao lavar dos cestos é vindima. De qualquer forma, e ganhe quem ganhar, há o programa que foi acordado com a troika e esse terá de ser rigorosamente cumprido. Mesmo assim, fica ainda margem para o líder vencedor mostrar a sua capacidade para levar a cabo as reformas importantes na Administração Central e Local. Espero que estas eleições nos tragam um governo estável, competente e com a força necessária para devolver aos portugueses alguma esperança no futuro. Os próximos anos vão ser de grande austeridade e sacrifício mas já passámos anteriormente por situações semelhantes e fomos capazes de as ultrapassar.
FRANCISCO MARTINS
. A TARDE DO CRISTIANISMO- ...
. LIBERALISMO E SEUS DESCON...
. UMA TEORIA DA DEMOCRACIA ...
. O REGRESSO DA HIPÓTESE DE...
. ATÉ QUANDO IRÁ DURAR A GU...