UM LIDER INCONTESTADO
1-Pedro Passos Coelho é sem dúvida um líder incontestado do PSD. Eleito por uma maioria significativa de militantes conseguiu depois no Congresso congregar à sua volta os principais opositores. No discurso que fez no fim dos trabalhos em Carcavelos deu a entender as linhas de força da sua futura actuação. Disse entre outras coisas que é necessário despartidarizar a administração, desestatizar a sociedade, desgovernamenta- lizar o país e dar possibilidade às pessoas de escolherem aquilo que querem na saúde e na educação. Acrescentou ainda que não quer que o Estado mande na administração. Tudo isto é muito genérico mas dá para entender que um dos seus objectivos é reduzir o peso do Estado na vida pública e na sociedade. Ficámos ainda a saber que outra das suas prioridades é rever a Constituição da República. Se é, como penso, para dar mais representatividade aos sistema eleitoral de forma a que os deputados sejam mais responsáveis perante os eleitores, então é uma boa medida que devia merecer o apoio de todos os partidos. Mas melhor do que isso seria reduzir o número de deputados, só que ninguém tem a coragem para o propor. Esperemos que Passos Coelho não queira mexer nos direitos individuais, particularmente nos direitos à saúde e à educação Aqui, porém, podemos ficar descansados pois iríamos ter uma forte oposição da maioria dos partidos da Assembleia da República.
Uma outra ideia de Passos Coelho se, porventura for primeiro-ministro, é exigir aos que beneficiam do subsídio de reinserção social, um trabalho ou serviço em troco do dinheiro que recebem do Estado. É uma ideia a aproveitar desde que essas pessoas tenham saúde para o fazer.
2-O novo líder do PSD, como homem de direita e liberal, vai querer privatizar todas as empresas que o Estado detém mesmo as que dão lucro. O seu fôlego irá até onde for possível. Numa entrevista disse que iria vender a RTP e as estações de rádio do Estado. Mas será que os portugueses não terão direito a um serviço público de qualidade que fuja à programação medíocre de outras televisões ? Não me parece que seja pela alienação indiscriminada de bens que as finanças públicas se irão normalizar. Vendem-se os anéis e ficam os dedos. Mas com o tempo nem os dedos vão chegar. A teoria de “ quanto menos Estado melhor “ não me parece ser a melhor solução. E a prova está em que o neoliberalismo desregulado originou a crise mundial que estamos a viver. Se não fosse a pronta intervenção do Estado, injectando dinheiro e nacionalizando alguns bancos em maus lençóis , a situação seria bem pior.
3-Independentemente das privatizações que tenham de ser feitas é preciso pôr cobro quanto antes aos prémios e vencimentos exagerados dos gestores públicos. É um escândalo e uma imoralidade que o Presidente da EDP, António Mexia tenha recebido 3,1 milhões de euros quando milhares de trabalhadores têm os seus salários congelados. Segundo o semanário Expresso há ainda mais 6 gestores que recebem mais de 1 milhão de euros e têm remunerações mensais acima dos 70 mil euros. Feitas as contas conseguem ganhar dez vezes mais que o Presidente da República.
Também não cai muito bem que o dr. Mira Amaral critique estes vencimentos chocantes quando ele esteve apenas uma ano e meio na CGD e saiu com uma reforma vitalícia de 18 000 euros. Como são possíveis todas estas extravagâncias quando mais de 200 mil pessoas pedem ajuda ao Banco Alimentar Contra a Fome. Estamos efectivamente num país de loucos Assim não é para admirar que o fosso entre ricos e pobres seja cada vez maior.
FRANCISCO MARTINS
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