1-Há três candidatos assumidos, que poderão vir a ser líderes do PSD : Paulo Rangel, Passos Coelho e Aguiar Branco. Cada um tem o seu estilo pessoal e em função do programa que apresentarem caberá aos militantes do partido decidirem. Todos procuram responsabilizar o governo pela crise em que o país mergulhou para alcançar o poder. Não sabemos é se as propostas ou soluções que vão apresentar terão força suficiente para convencer os eleitores descontentes. Uma coisa é o que se diz para agradar aos eleitores e outra é a realidade bem diferente de quem governa. A demagogia e o populismo são as armas que infelizmente os políticos muitas vezes usam para caçar votos. Pelas entrevistas que cada um deu aos órgãos de comunicação social podemos tirar as seguintes conclusões:
Paulo Rangel é o candidato que utiliza uma linguagem mais agressiva e de ruptura pois não tem medo de dizer em público e às claras aquilo que está mal e precisa de ser corrigido. Não se cansa de atacar Sócrates na esperança que isso lhe traga dividendos no futuro. Tendo ganho as eleições europeias pensa que poderá ser talismã para conseguir uma vitória nas próximas eleições legislativas. Só que o desinteresse pelas eleições europeias e o elevado grau de abstenção prejudicou o PS, já por si desgastado pela política reformista do governo e de modo particular pela avaliação dos professores.
Passos Coelho é sem dúvida o mais liberal dos três candidatos. Para ele quanto menos Estado melhor. Assim, a ordem é para privatizar quase tudo ficando apenas para o Estado três sectores fundamentais: a Justiça, os Negócios Estrangeiros e a Defesa e Segurança Nacional. Podemos portanto concluir “ grosso modo “ que quem quiser, por exemplo beneficiar dos serviços de Saúde e da Educação terá que os pagar. Não vejo que este candidato tenha currículo para ser primeiro-ministro e tem a desvantagem de não ser deputado.
Aguiar Branco é talvez o mais consensual e moderado dos três candidatos. Tem uma larga experiência como deputado além de ter desempenhado as funções de ministro da Justiça . Tudo isso pode constituir um trunfo na corrida à liderança.
As sondagens dão-no porém em último lugar
Fazendo um balanço, nenhum deles é uma figura carismática que o possa impor como alternativa ao governo PS. Depois seria necessário que o futuro líder do PSD tivesse um programa claro para o país com medidas concretas para vencer a crise e que desse confiança aos portugueses. Não é de discursos empolgados e de retórica que o país precisa. Sem soluções alternativas ou complementares às do governo não se vai a lado nenhum. Não é de um Messias ou Salvador que estamos à espera mas de um político pragmático que seja capaz de conciliar a utopia com a realidade.
2-Para alguns iluminados a melhor forma de fazer face à instabilidade governativa seria a opção por um regime Presidencialista em que o Presidente da República seria ao mesmo tempo Primeiro-Ministro. Esquecem-se porém que, se o partido do Presidente não tiver a maioria no parlamento, as propostas legislativas submetidas à votação dificilmente serão aprovadas. Não há nenhum sistema eleitoral perfeito mas pode melhorar-se o sistema representativo que temos, conjugando listas uninominais por círculos mais pequenos (em que ganha o candidato mais votado) com listas nacionais ( em que a eleição dos deputados se faz segundo o princípio da proporcionalidade..) Deste modo, o sistema seria mais representativo permitindo uma escolha mais selectiva dos deputados nos respectivos círculos..
No momento que estamos a viver , de um governo sem maioria na Assembleia da República , a estabilidade só se consegue, se, como diz o Prof. Freitas do Amaral na revista” Visão”, houver uma coligação de partidos ou um acordo de incidência parlamentar. Sem isso não é possível tomar as medidas de fundo que o país necessita para sair da crise. A realização de eleições antecipadas nada resolveria e só iria agravar os problemas já existentes.
3-Foi aprovado recentemente pelo Governo o Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC). As medidas mais importantes a salientar são as seguintes: agravamento para 45% do IRS para os que têm rendimentos anuais superiores a 150 000 € ; fim das deduções com as despesas de saúde e da educação; taxação das mais-valias bolsistas ; congelamento dos salários nos próximos anos e adiamento das obras do TGV Lisboa-Porto e Porto Vigo.
Esperemos que estas medidas sejam suficientes para diminuir gradualmente o défice abaixo dos 3% em 2013. Seria bom que não fosse apenas a classe média a pagar a crise. Convém não esquecer que muitas pessoas ganham mais num mês do que outras num ano inteiro. E que há também duplicação de pensões de reforma ou de pensões cujo montante são um autêntico escândalo nacional. O futuro dirá se o PEC apresentado pelo governo terá eficácia ou se será necessário actuar de forma mais drástica.
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