Os primeiros meses de 2010 foram terríveis pois vieram trazer o sofrimento e o luto a muita gente. Custa ver um país pobre como o Haiti completamente arrasado, com pessoas que já viviam mal, a passar fome e sem saber o rumo que hão-de dar às suas vidas. Depois são as crianças que ficaram órfãs a precisarem de carinho e afecto. Imagens de profunda tristeza e desolação que muitos jamais irão esquecer. Dizem as fontes oficiais que morreram neste sismo cerca de 150 000 pessoas. Número impressionante, que não teria atingido estas proporções se os edifícios tivessem sido construídos de acordo com as regras recomendadas para zonas de alto risco como o Haiti
Esta semana tivemos também conhecimento pela televisão que um terramoto de forte intensidade e de grau 8 na escala de Richter abalou e destruiu uma grande parte das infra-estruturas no Chile. Houve aproximadamente 800 mortos , número ainda assim muito inferior ao do Haiti. Os estragos não foram tão grandes provavelmente porque os edifícios foram construídos com outra solidez.
Infelizmente a ciência ainda não consegue fazer previsões de sismos. Sabe-se quais são as regiões ou países de alto risco e a frequência com que os mesmos se sucedem no tempo. Deste modo a única coisa a fazer é construir de acordo com as normas de segurança estabelecidas e treinar para as situações de emergência.
Bem diferente são os casos que têm a ver com tornados, ciclones e trombas de água. Aqui os meios ao dispor permitem prever com uma certa precisão as zonas de risco e alertar as populações para não serem apanhadas de surpresa pela tempestade. Acontece que na Madeira os cálculos não foram feitos com a exactidão que se impunha devido á falta de um radar. E a tragédia deu-se. A enxurrada foi de tal ordem que levou tudo à frente: pedregulhos, carros e até casas. Segundo dados que foram fornecidos estima-se que morreram na catástrofe cerca de 42 pessoas.
Reconstruir um país ou uma região implica muito dinheiro e isso só se consegue com a ajuda e a solidariedade de todos. Tanto no caso do Haiti como agora com a Madeira os portugueses estão a responder à chamada e a contribuir generosamente para minorar esta tragédia. Fazemos votos para que o dinheiro chegue e os mais pobres e necessitados sejam socorridos de imediato.
Todas estas catástrofes naturais dão que pensar. É raro o dia que não venham imagens de países inundados pelas chuvas e de propriedades agrícolas cujas infra-estruturas foram destruídas pelo temporal. No nosso país tivemos há pouco tempo o caso das estufas de Torres Vedras e também um outro idêntico no Norte. A natureza é em certas ocasiões indomável e não perdoa. Mas será que tudo isto é inevitável e nada se pode fazer para regular o clima que há uns anos para cá tem vindo a sofrer bruscas alterações ? Sabe-se que o nível de CO2 tem vindo a aumentar de ano para ano provocando o efeito de estufa e a subida global da temperatura da Terra. Tudo isto tem efeitos nefastos sobre o clima contribuindo para que certas situações de catástrofe sejam mais frequentes. É pena que os países mais poluentes como a China e os Estados Unidos não se entendam na fixação de quotas para a reduzir o CO2. Um outro factor que pesa mais nas alterações climáticas é a desflorestação de grandes áreas com acontece na Amazónia. Todos estes excessos pagam-se caro e a natureza não perdoa.
Se as grandes enxurradas são cada vez mais frequentes impõe-se que a nível urbanístico sejam tomadas medidas para evitar situações de catástrofe. Assim, as autoridades competentes não deviam permitir obras de risco tais como : desvios de cursos de água, estreitamento do leito dos rios e ribeiras e a construção em zonas baixas ou da aluvião. Só respeitando o meio ambiente e cumprindo rigorosamente as regras de planeamento urbanístico se pode encarar o futuro com mais segurança.
FRANCISCO MARTINS
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