Este é um livro escrito pelo Papa Francisco em que relata as memórias desde a infância até ao momento actual.
A esperança é um dos elementos da trilogia ( Fé, esperança e caridade ) ou seja o verdadeiro caminho que nos pode conduzir a Deus. Todos podemos saber muita doutrina e ir muitas vezes à missa mas isso de nada vale se ficarmos indiferentes e insensíveis ao que se passa à nossa volta como a fome, a guerra e a discriminação. O Papa Francisco é filho de pais Italianos que devido à instabilidade económica e política tiveram de emigrar para a Argentina. Esta viagem não era nada fácil pois muitas pessoas morriam durante a viagem e antes de chegar ao destino. O Papa teve ainda conhecimento do horror e da tragédia da 2ª Guerra Mundial através dos migrantes que nessa altura chegaram da Itália. Sabemos também que o Papa Francisco frequentou o Colégio Salesiano na área metropolitana de Buenos Aires onde fez o sexto ano em 1949. Pensava ser médico mas aconselhado pelo tio Luigi e pelo tio Vicente escolheu entrar para a escola técnica e frequentar o curso de química. Em 1950 iniciou os seus estudos na Escola Técnica Especializada em Indústria Química. Também teve uma paixão infantil por uma rapariguinha de Flores que foi colega dele na escola primária. Mas um dia ao passar perto da Igreja de São José apercebeu-se que alguma coisa o impelia a entrar. E aqui surgiu a sua vocação religiosa. E Deus não se limita a tranquilizar ao nível psicológica nem é um ansiolítico. Faz muito mais: oferece-nos esperança de uma vida nova. E em 1956 entrou no seminário diocesano da Imaculada Conceição de Vila Devoto. Gostava do Seminário mas devido ao surto da gripe asiática tiveram de o tirar do seminário numa maca quase a morrer. Retiraram-lhe um litro e meio de água da pleura. E para fazer a endoscopia aos pulmões sedaram-no com morfina. Mas pouco a pouco, as febres decidiram abandoná-lo e a luz começou a regressar. Quando saiu do hospital a decisão estava tomada : entrou como noviço na Companhia de Jesus. Depois da ordenação em 1990 enviaram-no para Espanha para o Colégio Santo Inácio em Alcalá de Henares, a cidade natal de Cervantes. Professaria os seus últimos votos perpétuos a 22 de Abril de 1973 em São Miguel quando já era professor dos noviços. A 31 de Julho de1973 era já superior provincial da Ordem. Tinha 36 anos e era o mais jovem a ocupar aquele cargo na Argentina. Em 1992 tinha acabado de ser nomeado bispo vigário de Flores. Diz-nos o Papa que sonha com uma Igreja cada vez mais mãe e pastora cujos ministros saibam ser misericordiosos, cuidar das pessoas, acompanhando-as como um bom samaritano. Uma Igreja que procure novos caminhos e que é capaz de sair de si mesma. A Igreja é de Cristo. E Cristo é de todos e para todos. Todos são chamados. Todos. Bons e maus, jovens e velhos, sãos e doentes. Não existem duas crises separadas: uma ambiental e outra social mas uma única e complexa crise socio ambiental. É preciso restituir a dignidade aos excluídos, combater a pobreza e a exploração, cuidar do ambiente e salvaguardar as nossas próprias vidas. Acrescenta também que se não se fabricarem armas durante um ano, a fome no mundo acabaria por completo num só dia e sem despesas militares salvar-se-iam 34 milhões de pessoas, mas em vez disso escolhe-se aumentar as despesas militares tal como nunca aconteceu e ….fabricar a fome. Devemos opor-nos aos ladrões do futuro com a crença de que o único futuro possível pertence a mulheres e a homens solidários e a povos irmãos e também que a única autoridade legítima é a que representa serviço a esta causa, pois a autoridade que não é serviço é ditadura. Nós cristãos, devemos viver na consciência de que os nossos melhores dias estão para vir.
Mais de três milhões e meio de pessoas vivem hoje em regiões sensíveis às devastações das mudanças climáticas. É preciso deixar para trás as divisões entre fãs , entre catastrofistas e indiferentes, entre radicais e negacionistas e unir forças para sair progressiva e resolutamente da noite escuríssima das devastações ambientais.
E no último capítulo que tem por título « Eu sou apenas um passo » o Papa Francisco diz-nos o seguinte: A Igreja tem raízes no passado , em Cristo vivo, vivo durante o seu tempo, na sua Ressurreição e raízes no futuro e na promessa de Cristo, que permanece até ao fim dos séculos. No mundo contemporâneo fala-se muito em secularização. A Igreja sempre teve momentos de secularização nas primeiras heresias, o arianismo, por exemplo, com os bispos cortesãos para quem a política religiosa do imperador era a norma suprema a seguir e com os imperadores que perseguiam os bispos católicos não arianos. A Igreja tem a necessidade de todos, de cada homem e de cada mulher e todos temos necessidade uns dos outros. A indiferença pode matar. O amor não tolera a indiferença. Não podemos ficar de braços cruzados, indiferentes nem de braços caídos., fatalistas. O Cristão estende a mão. Para nós cristãos o futuro tem um nome e esse nome é esperança. A felicidade é sempre um encontro e os outros são uma ocasião concreta para encontrar o próprio Cristo. A ternura não é senão isto: o amor que se torna próximo e concreto. É usar os olhos para ver o outro, usar os ouvidos para ouvir o outro, para ouvir o grito dos pequenos, dos pobres que temem o futuro. É necessário sermos humildes, deixar espaço ao Senhor, não às nossas fingidas seguranças. A ternura não é fraqueza é verdadeira força. É a estrada que os homens e as mulheres mais fortes e corajosas percorreram. Percorrei-a, lutai com ternura e com coragem. Eu sou apenas um passo. E para terminar diria que todos nós deveríamos ser capazes de também dar um passo em frente.
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