Este é o título de um livro que tem como autor Miguel Monjardino, professor de Geopolítica e Geoestratégia no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. O livro consta de vários textos que escreveu ao longo dos anos como colunista do Jornal Expresso.
No período que se seguiu ao colapso da União Soviética o filósofo Fukuyama chegou a pensar que seria o triunfo das democracias liberais e provavelmente o fim da História. Hoje estamos a viver um período de grande turbulência e instabilidade. Esta alteração da política internacional é designado por Monjardino como a Crise dos Trinta Anos. Todos os esforços que os Estados Unidos da América fizeram para integrar Moscovo e Pequim no sistema constitucional da ordem internacional juntamente com os países europeus e dos aliados na Ásia e no Pacífico não resultaram. A instabilidade e as desigualdades sociais levaram à formação de partidos populistas e nacionalistas que por sua vez deram origem a regimes autocráticos e ditatoriais que não respeitam os direitos individuais dos cidadãos. Na ordem do dia temos a Guerra na Ucrânia que está a arrasar um país livre e independente e a ser subjugado pela pretensão imperialista de Putin.
Miguel Monjardino alerta para a ambição de Putin em fazer implodir de uma vez por todas a ordem e a segurança europeia e a urgência de Pequim em consolidar o seu controlo sobre Xinjiang, Hong Kong e Macau e pressionar a Índia nos Himalaias e tentar dominar Taiwan. Tudo isto faz parte de um processo histórico a que podemos chamar a Crise dos Trinta Anos. Há trinta anos todas as estradas iam dar a Washington. Agora vão ter a Pequim e este poderá ser o século de uma Ásia liderada pelo Partido Comunista da China.
Na parte final do livro Miguel Monjardino esclarece o seguinte: « A propensão para Putin e Xijiping correrem mais riscos é alimentada pelos mitos de que o líder russo é um extraordinário estrategista e a China uma potência que vê mais longe do que as democracias. Estes mitos, que são muito úteis às propagandas russa e chinesa, criaram entre alguns de nós a impressão de que as autocracias são claramente superiores às democracias liberais em termos de governação e competência estratégica. A História curiosamente aposta noutro sentido. As democracias liberais cometem e continuarão a cometer muitos erros. Todavia os seu sistema constitucional permite-lhes corrigi-los e mudar as suas lideranças de forma consensual e pacífico. A concentração de poder e riqueza em Putin e em Xi Jiping impede a Rússia e a China de corrigirem os erros cometidos em tempo útil, mina as instituições políticas nacionais e agrava os problemas constitucionais da transparência do poder para uma nova geração de governantes. Acresce a tudo isto os problemas sociais, económicos e políticos que são evidentes na Rússia e na China. Por outro lado o êxodo dos russos mais educados e talentosos para a Ásia Central, o Cáucaso, a Sérvia e o Levante enfraquecerão a Rússia durante gerações e poderão mesmo colocar em risco o regime liderado por Putin desde o ano de 2000.
A situação na China é bem diferente. Nunca tantos chineses viveram tâo bem como agora. Isto deve-se também à transferência de tecnologias e dos métodos de gestão de países desenvolvidos como a Alemanha os Estados Unidos, Japão e Taiwan que contribuíram para a ascensão da China. É contudo natural que as taxas de crescimento económico na China venham a baixar consideravelmente nos próximos anos. Pra Xi Jinping que se está a perpetuar no poder, a luta para afirmar a China a nível internacional é agora mais relevantes que a economia. A centralização do poder em Jinping e num pequeno grupo de pessoas irá certamente dificultar a solução ou a gestão da maior parte dos problemas.»
Para terminar queria chamar a atenção para a pergunta que o Professor Monjardino faz e que corresponde ao título do livro: Por Onde Irá A História ? É muito difícil responder a esta questão pois é um verdadeira incógnita. O planeta Terra está em perigo e para isso contribuem diversas causas: as alterações climáticas provocadas pelo consumo exagerado dos combustíveis fósseis , as novas tecnologias como a inteligência artificial e os robots quando aplicados ao armamento militar ; os conflitos raciais entre etnias e a guerra onde intervêm grandes potências como a que está a decorrer na Ucrânia. Para enfrentar estas causas é necessário que haja acordos entre as grandes potências a nível internacional, que são difíceis de obter e que nem sempre são cumpridos.
Ao romano Flávio Vegésio é atribuída a sentença “ Si vis pacem para bellum “( Se queres paz prepara a guerra ) Esta frase pode ter várias interpretações. Uma delas é a que devemos estar preparados para a guerra que pode sempre aparecer. A outra a mais radical é que só pela força se consegue a paz. Hoje pelo que podemos observar, tanto o espírito belicista de Putin como as ameaças do Presidente da Coreia do Norte Kim Yong-um, que anda sempre a fazer experiências com misseis nucleares, não nos deixam augurar nada de bom quanto ao futuro
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