Este é o título de um livro escrito por Martin Rees, cosmólogo e astrofísico que foi professor de cosmologia. Astrofísica e Astronomia, presidente da Royal Society, mestre do Trinity College e director do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge.
Logo no prefácio do livro o autor esclarece que escreve a partir de uma perspectiva pessoal em três modos: como cientista, como cidadão e como membro da espécie humana. A seguir na Introdução faz a seguinte pergunta: No caso de existirem alienígenas a observar o nosso planeta durante os seus quatrocentos e cinco milhões de séculos o que teriam visto ? Durante a maior parte desse período a aparência da Terra alterou-se muito gradualmente . Os Continentes derivaram, a cobertura de gelo expandiu-se e minguou, sucessivas espécies surgiram , evoluíram e extinguiram-se. Nos últimos séculos os padrões de vegetação alteraram-se muito mais depressa do que antes. Isto assinalou o início da agricultura e depois da urbanização. E apareceram mudanças ainda mais rápidas. Em apenas cinquenta anos a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera começou a subir anormalmente depressa.
Mas este século é especial. É o primeiro em que a espécie, a nossa, terá tanto poder e será tão dominante que tem nas mãos o futuro do Planeta. Entrámos numa era a que alguns geólogos chamam o Antropoceno. Os seres humanos são agora tão numerosos e têm uma « pegada » colectiva tão pesada que possuem capacidade de transformar e até de devastar a biosfera inteira. Os actos das pessoas podem desencadear alterações climáticas perigosas e extinções em massa se « pontos críticos » forem ultrapassados. A maior parte das pessoa do mundo vivem vidas melhores do que os pais viveram e a população que vivia em pobreza abjecta tem vindo a diminuir. Essas melhorias não poderiam ter ocorrido sem os avanços da ciência e da tecnologia. As nossas vidas e a nossa saúde podem beneficiar ainda mais devido aos progressos da biotecnologia da cibertecnologia, da robótica e da IA. É também evidente que o abismo entre aquilo que o mundo é e aquilo que poderia ser é maior do que nunca. Há ainda mil milhões de pessoas a viver mal no mundo de hoje que poderia ser transformado através da redistribuição da riqueza das mil pessoas mais ricas do Planeta. Os avanços tecnológicos podem também ter os seus aspectos negativos quebrando padrões de trabalho. Por outro lado os avanços na genética e na medicina só irão melhorar a vida humana se estiverem disponíveis a todas as pessoas e não apenas para uns poucos de privilegiados.
Na parte final do livro o autor conclui o seguinte: « Os aspirantes a cientistas não devem aglomerar-se todos na unificação do cosmos e dos quanta e deverão compreender que os grandes desafios na investigação do cancro e na ciência do cérebro têm de ser abordados aos poucos em vez de tentarem fazer tudo de uma vez. O nosso futuro depende de tomarmos decisões sensatas sobre desafios chave: energia, alimentação, robótica, ambiente, espaço, etc. As decisões chave não devem ser tomadas apenas por cientistas ; elas dizem respeito a todos. Os avanços na tecnologia conduziram a um mundo onde a maior parte das pessoas desfruta de vidas mais seguras, mais longas e mais satisfatórias do que as gerações anteriores. Por outro lado a degradação ambiental, mudanças climáticas sem controlo e lados negativos involuntários das tecnologias avançadas são efeitos colaterais desses avanços. Os fossos entre países, nos níveis de riqueza e bem-esta.r mostra poucos sinais de se estreitar. É do interesse do mundo rico investir maciçamente na melhoria da qualidade de vida e das oportunidades de trabalho em países mais pobres. Os cientistas têm obrigações especiais que ultrapassam a sua responsabilidade de cidadãos. Há obrigações éticas a cumprir: evitar experiências que tenham até o mais minúsculo dos riscos de conduzir à catástrofe. E respeitar o código de ética quando a investigação envolve cobaias animais ou seres humanos. A « Nave espacial Terra » está a precipitar-se pelo vazio. Os seus passageiros estão ansiosos e turbulentos. O seu sistema de suporte de vida é vulnerável a perturbações e colapsos. Mas existe insuficiente planeamento, insuficiente análise de horizontes, insuficiente consciência dos riscos a longo prazo. Seria vergonhoso se legássemos às gerações futuras um mundo empobrecido e perigoso. Temos de pensar globalmente, temos de pensar racionalmente, temos de pensar a longo prazo, capacitados pela tecnologia do século XXI, mas guiados pelos valores que a ciência não pode fornecer sozinha. Quanto às viagens aeroespaciais, pensar que o espaço oferece uma fuga para os problemas da Terra é uma ilusão perigosa. Temos de resolver aqui esses problemas. Lidar com as alterações climáticas pode parecer intimidante mas é uma brincadeira de crianças em comparação com terraformar Marte. Não há nenhum lugar no nosso sistema solar que ofereça um ambiente tão clemente comd são a Antártida ou o topo do Evereste. Não existe um « Planeta B » para pessoas comuns avessas ao perigo . » O ambiente do espaço é inerentemente hostil aos seres humanos. Mas se nada existir lá fora além de esterilidade talvez seja melhor deixar as viagens para fabricadores robóticos.
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