Este é o título de um livro escrito por Armindo dos Santos Vaz, sacerdote Carmelita Teresiano e professor catedrático da Faculdade de Teologia da Universidade Católica. É doutorado em Teologia Bíblica pela Universidade Gregoriana de Roma.
Antes de entrar na explanação do conteúdo do livro, queria apenas dizer que a Bíblia não é um livro mas um conjunto de 73 livros , 47 do Antigo Testamento e 26 do Novo Testamento. Nos livros podemos verificar diversos géneros literários: saga, poesias, cartas, história e mito. O Livro do Génesis que narra a criação do Mundo e do Homem é uma narração mítica de carácter simbólico. A Ciência diz que a Terra nasceu de um « big-bang »ao longo de milhões de anos até ao estado actual. O Homem segundo diz a teoria evolucionista também evoluiu ao longo de milhões de anos até atingir a capacidade racional e poder distinguir o bem do mal. A Igreja Católica não se opõe a estas teorias pois a Bíblia e a Ciência não estão em oposição mas complementam-se. Convém também esclarecer que a Bíblia não é um livro de Ciência . Quando Josué no Antigo Testamento nos diz que mandou parar o Sol ainda não se conhecia a teoria heliocêntrica de Galileu pois é a Terra que gira à volta Sol e não o contrário.
E depois desta minha nota introdutória irei abordar os aspectos mais importantes do livro “ Criação Divina Sem Pecado Humano”. Nele se faz uma análise exaustiva do livro do Génesis nas suas variadas vertentes: antropológica, filosófica e teológica . Como método de interpretação são utilizadas a exegese e a hermenêutica. A exegese para a análise literária e a hermenêutica para apurar a compreensão do texto. Dada a complexidade do livro irei resumir os aspectos mais relevantes.
Na história da interpretação do Génesis há a distinguir 3 fases:
1ª Fase. Leitura historicista. Na 2ª metade do século XVI os comentadores da Bíblia pensavam que essas narrações deviam ser tomadas à letra como históricas.
2ª Fase Leitura Concordista A posição Concordista impôs-se particularmente no século XVIII quando se utilizaram dadas teorias científicas para mostrar que a Bíblia tinha razão.
3ª Fase Leitura Crítica, Contextualizada. O estudo comparativo do conteúdo do Gen 1-11 com as literaturas descobertas no Antigo-Próximo Oriente ( egípcia, ugarítica e especialmente mesopotâmica ) mostra que os relatos bíblicos contêm numerosas correspondências com essas literaturas vizinhas e com as suas concepções cosmológicas, religiosas, num estreito contacto literário, cultural e religioso. E para a compreensão dos textos bíblicos sobre a criação interessa mais a percepção da índole literária dos textos.
Irei também sintetizar em poucas palavras os aspectos mais relevantes e também mais polémicos do livro
1.Signifcação de comer do fruto proibido
2-O que significa o castigo transgressão. A punição da transgressão no Gen 2-3 é uma forma de explicar as penas da vida presente. O facto de a serpente também ser abrangida pela sentença divina - do mesmo tipo que a aplicada ao homem e à mulher - é a prova inequívoca de que não estamos perante um castigo moral pois a serpente enquanto animal que é, não é sujeito capaz de actos humanos de responsabilidade e punição moral
O Padre Armindo Vaz termina o livro com a seguinte conclusão: Lida com a fecundidade dos mitos de origem , a história de Gen 2-3 é uma autêntica apologia do humano e diz verdade da vida. Diz a verdade da condição humana bonita, instituindo de forma polar e complementar uma relação estável homem-mulher( 1ª parte ) dotado de conhecimento e de cultura ( 2ª parte ) mas limitada ,sofredora, mortal ( 3ª parte ). Diz a verdade suprema do homem e da mulher, ao afirmar, na fé, que provêm de Deus. Diz a verdade antropológica e teológica de todo o se humano. Longe de ser mera ficção, revela a verdade humana por excelência.
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