1-A eutanásia é um assunto polémico: uns apoiam-na veementemente e outros repudiam-na sem reticências. Recentemente foi posta à votação na Assembleia da República e não passou. Assuntos como este em que estão em causa valores éticos não podem ser decididos levianamente nem sequer, esta é a minha posição pessoal, postos à votação ou submetidos a referendo. Para mim a eutanásia envolve duas situações emergentes de grau diverso: a eutanásia passiva e a eutanásia activa. No primeiro caso temos um doente que está a ser mantido vivo através de uma máquina ou em que há uma morte cerebral e a impossibilidade de sobreviver. Nesta situação não reputo que seja grave desligar a máquina ou suspender o tratamento. No segundo caso temos um doente que está a sofrer e que pede ao médico para lhe injectar um medicamento letal e que ponha termo à sua existência. Aqui, há que recorrer a tratamentos paliativos que evitem o sofrimento e não acabem com a vida do paciente mesmo que este pessoalmente o peça.
2-Para católicos ou crentes a vida é um dom de Deus e por isso não somos senhores nem donos dela. O 5º mandamento é taxativo quando diz “ Não matarás “. Mas, mesmo para os não crentes, há valores e direitos inalienáveis e invioláveis que dizem respeito à dignidade humana e que são ou deveriam ser respeitados por todos. Por isso custa a aceitar que um médico cuja deontologia profissional exige que trate, cure ou prolongue a vida a um doente aceite um pedido para pôr termo à vida de uma pessoa que está a sofrer. O Padre e Professor de Filosofia, Anselmo Borges,num artigo publicado no Diário de Notícias de 25-08-2018 diz o seguinte, e passo a transcrever: “Se a eutanásia fosse aprovada ficaria em vigor uma lei que concede o direito de pedi-la e o Estado teria mais um dever: concretizar esse direito, nos casos aceites, matando. E não se fuja às palavras, pois é de homicídio que se trata.” Mais à frente acrescenta “ Nos países onde ela foi aprovada, Holanda e Bélgica chegou-se ao ponto de praticar a eutanásia em crianças e a um casal de idosos que não queria ser um fardo para a família “
3-É certo que o homem é livre mas a liberdade tem limites e não se podem pôr em jogo valores aceites pela maioria da sociedade. Nos tempos que correm vale tudo e mais alguma coisa. Tudo é admissível e não há tabus. O aborto para alguns até pode ser feito em qualquer circunstância e sem olhar para o tempo de gestação. As barrigas de aluguer podem se bem lhes apetecer, em segredo, fazer negócio com o seu corpo e quem pede, não olha a meios para atingir os fins. No que diz respeito à eutanásia o tempo dirá se ficamos por aqui ou se iremos mais longe deitando por terra normas e princípios que deviam ser respeitados.
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