O Terrorismo
1-O terrorismo é a praga e o flagelo dos tempos que correm. É raro o dia ou o mês em que não surjam atentados a provocar vítimas ou a destruir cidades e habitações. A Síria e o Iraque estão em guerra há dezenas de anos obrigando milhares de pessoas a emigrar para a Europa à procura de paz e de estabilidade. Os jihadistas do Daesch ( auto proclamado Estado islâmico) não dão tréguas e até ao momento ninguém os conseguiu parar ou eliminar. Os ataques aéreos como são cegos podem matar alguns terroristas mas causam danos maiores na população civil indefesa que nada tem a ver com a guerra. A melhor solução seria o cerco por terra mas a comunidade internacional é alheia a este processo talvez por que neste caso envolveria um risco maior. A verdade porém é que para manter a ordem na República Centro Africano foi mandada uma força da ONU da qual faz parte um destacamento português. Há aqui uma dualidade de critérios que não se chega a perceber.
2-Uma pergunta que se coloca é a de saber qual a finalidade desta guerra levada a cabo pelo Daesch. Será que pretende através desta ideologia política e religiosa dominar o mundo ? A verdade é que não nos encontramos na Idade Média mas no século XXI e as utopias são coisas do passado e da imaginação e não encontram terreno para germinar. Comparo o Daesch ao Leviathan imaginado pelo filósofo Hobbes em que a Religião e a política se unem para formar um Estado de poder absoluto ao qual os cidadãos têm inevitavelmente de obedecer. Segundo esta concepção só a política e a religião impostas pelo Estado são verdadeiras. Não há por isso liberdade de escolha.
3-Sendo o islamismo uma religião monoteísta que acredita num único Deus como é que esse Deus pode ser cruel e vingativo e promete o paraíso a quem matar os infiéis.
É um facto que no tempo da Inquisição os católicos perseguiram os judeus e consideravam hereges todos os que não professavam a fé cristã. Também no tempo dos Cruzados os católicos se envolveram em guerras com os Mouros e cometeram atrocidades. Hoje a Igreja católica reconheceu o erro e pediu perdão. O Papa Francisco tem dialogado com todas as religiões e procura pelo entendimento construir a paz. Na base de todos estes erros esteve uma má interpretação dos textos sagrados ( Bíblia e Alcorão ) e uma concepção errada de Deus. Nem todos os textos podem ser lidos à letra pois a hermenêutica exige que os mesmos sejam enquadrados no contexto histórico em que foram escritos. Na Bíblia há de tudo um pouco: poesia, saga, história e também mitos e lendas como por exemplo a criação do mundo em sete dias e a criação da mulher a partir do homem. Por outro lado Deus não falou aos autores dos textos em hebraico, aramaico, grego ou árabe. Os textos são palavra de Deus em linguagem humana. É nesta perspectiva que o Padre Carreira das Neves analisa os autores dos textos sagrados.
Mas deixemos a religião para nos focarmos apenas nos valores éticos e morais. Estes valores podem e devem ser assumidos tanto por crentes como por ateus. Se formos confrontados pela dicotomia matar ou salvar alguém é lógico que o Bem está em salvar alguém e o Mal em matar. O mesmo se verifica no dilema roubar ou prestar ajuda a alguém carenciado. Neste caso o Bem está na última hipótese e o Mal na primeira. São estas situações que permitem ao homem fazer a diferença em relação aos animais irracionais. Os jihadistas que procuram o paraíso matando pessoas e vítimas inocentes estão a agir como animais irracionais.
4-A última questão tem a ver com a necessidade de pôr fim ao terrorismo. Não é fácil este objectivo dada a sua complexidade. Em primeiro lugar não é pelo ódio e pela força que se consegue alcançar a paz. Como é uma guerra que tem na sua origem motivações religiosas só pelo diálogo inter-religioso se poderão obter resultados positivos. Depois em qualquer lugar do mundo pode haver terroristas encapotados. Na Europa e noutros Continentes os imigrantes devem ser bem acolhidos e tratados como os outros cidadãos integrando-os se possível na sociedade evitando segregações raciais e ghettos. Estas medidas poderão ser um elemento dissuasor para aqueles que se encontram em desespero e desiludidos com a maneira como são acolhidos pela sociedade e pelo Estado.
Quanto aos locais onde os guerrilheiros estão mais activos ( Síria e Iraque ), a comunidade internacional nomeadamente e a ONU, podem, se houver acordo acabar com a guerra. Em vez de bombardeamentos aéreos que vão matar vítimas inocentes, a estratégia a seguir seria enviar destacamentos militares em número suficiente para pôr um travão aos guerrilheiros e acabar de vez com esta tragédia.
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