As baboseiras do Sr. Jeroen Dijsselbloem
1-Todo o político que desempenha funções de alta responsabilidade deve ponderar bem o que diz. Não fica bem proferir comentários despropositados que ofendam a dignidade de outros países. O Presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem tem o descaramento de dizer que os países do Sul da Europa só pensam em copos e em mulheres. Será que esse remoque não se aplica mais adequadamente aos países nórdicos ? Será que os holandeses não exageram nas bebidas alcoólicas e não se divertem com as mulheres ? Em Amsterdão não há um Bairro Vermelho onde as mulheres exibem ou mostram o seu físico para atrair a clientela masculina ?
2- Se o Sr. Jeroen Dijsselbloem dissesse que os holandeses sabiam gerir melhor as finanças públicas que os países do Sul da Europa talvez a sentença não suscitasse tanta controvérsia. De facto na maioria dos países nórdicos não há défices excessivos nem dívida pública que obrigue à intervenção do FMI. Investe-se para produzir riqueza e não há gastos que excedam a capacidade económica e financeira desses países.
3-Na verdade os países do Sul da Europa excedem as suas capacidades e gastam mais do que podem não controlando os défices orçamentais e aumentando a dívida pública. Esta situação vai levar tempo a recuperar pois os juros da dívida pública são elevados e incomportáveis para uma economia de fraco crescimento económico. De qualquer forma Portugal está a fazer um esforço notável para cumprir os seus compromissos e isso deveria merecer a atenção e o elogio do Sr. Jeroen Dijsselbloen e dos outros países da União Europeia.
4- Seria bom que os erros do passado não voltassem a acontecer. Mas para que tudo volte à normalidade é necessário a ajuda e o apoio dos países mais desenvolvidos. Os que têm excedentes financeiros deveriam ajudar os mais pobres a criar riqueza e postos de trabalho. Só pelo espírito de interajuda se poderá construir uma verdadeira Comunidade Europeia.
Da leitura das Trovas do Bandarra podemos tirar três ideias chave: a crítica social, as referências bíblicas e a crença num Messias. Tal como Gil Vicente, seu contemporâneo, Bandarra criticou abertamente a corrupção e as perversidades da sociedade do seu tempo. Ao seu olhar arguto e atento não escaparam os defeitos mais comuns dos diferentes grupos sociais. O alvo das suas críticas são os doutores, tabeliães, bacharéis, fidalgos e por incrível que pareça a própria Igreja. Numa época dominada pelo terror da Inquisição é sem dúvida uma atitude arrojada e temerária atacar as fraquezas das “ cleresias “ e o mau exemplo dos “noviço da ordem episcopal “. E se Gil Vicente gozava da protecção da Corte o mesmo não acontecia com Bandarra. Talvez por isso e ainda pelo impacto e alvoroço que as citações bíblicas provocaram na comunidade judaica, Bandarra foi levado ao Tribunal da Inquisição que proibiu as suas Trovas e o condenou a “ no futuro não se intrometer mais a responder nem escrever em nenhuma coisa da Sagrada Escritura.”
A outra trave mestra das Trovas são as referências bíblicas. Bandarra estudou durante anos a Sagrada Escritura e sabia de cor várias passagens do Antigo Testamento. E de tal forma se saía que segundo o parecer de Jorge Fernandes no Processo da Inquisição ele dava ares de “ grandíssimo teólogo “. Com efeito Bandarra cita várias vezes nas suas Trovas os profetas Isaías, Daniel e Jeremias. Alude ainda a figuras bíblicas como Ruben, Levi, Jacob, Aarão, Elias, etc.
Um outro ingrediente é a crença num Messias ou Salvador que há-de repor a Paz, a Ordem, a Tranquilidade e a Harmonia entre os Homens. Esse Messias é para Bandarra um Rei ( Encoberto ) que porá fim a todas as injustiças. Esta forma de profetizar podemos designá-la por “messianismo judaico “ pois todos os profetas do Antigo Testamento acreditaram num Messias. O Profeta Daniel ( II 31,45 ) aponta mesmo para um 5º Império ( Perfeito e Eterno ) capaz de instaurar uma Jerusalém terrestre. Pinharanda Gomes, a respeito do Messianismo diz o seguinte: “ Em todas as acepções, o messianismo manifesta o conhecimento de antinomias existenciais- o que está mal e o que está bem, pelo que em todas as variantes o Messias é a prognose do remédio, da cura, da salvação. A perspectiva messiânica envolve a reconquista da felicidade original ( Paraíso Perdido), a restauração dos bens destruídos ( Idade do Ouro ) e a instauração da Harmonia ( Paz Perpétua ) e noutra instância a assunção do homem à dignidade essencial ( Reino de Deus ) “. E mais à frente acrescenta :” ainda que o nome Messias apareça pouco no Antigo Testamento, revela a tipologia de um Rei Sacerdote que virá no fim dos tempos para instaurar o amor, a justiça, a vida e a paz. A sua figura é absorvente nos livros históricos, poéticos e sapienciais sendo-nos revelado como Rei Messias ( Jer 30,9 ) Servo Sofredor ( Isaías 53,1 ) e Filho do Homem ( Dan 7,13 ) cognomes antigos que a modernidade evangélica atribui a Jesus de Nazaré, figurando como o verdadeiro Messias já vindo ( Enc. Pólis Vol.4 pag.208)
As Trovas do Bandarra sugerem um Messias Real, dadas as constantes alusões a um misterioso e enigmático Rei Encoberto e ao acolhimento que as mesmas tiveram na comunidade judaica. Há , no entanto uma nota dissonante que parece contrariar esta tese. Nas estrofes CLVI e CLVII do sonho terceiro, Bandarra diz que “ Os judeus serão cristãos/ sem jamais haver erros. E acrescenta em jeito de conclusão “ servirão um só Senhor/ Jesus Cristo, que nomeio. Todos crerão que já veio / o Ungido Salvador “. Isto faz com que as Trovas do Bandarra sejam obscuras, confusas e se prestem às mais diversas interpretações.
Com o desastre de Alcácer Quibir, surge o mito sebastianista ou seja a crença que o rei D. Sebastião não morreu em Árica mas havia de voltar um dia. Para muitos o Rei Encoberto que Bandarra refere nas suas Trovas é afinal D. Sebastião o “ Desejado “. A mística messiânica toma agora a forma de sebastianismo. O principal defensor desta tese é D. João de Castro o autor de “ Paráfrase e concordância de algumas profecias de Bandarra, primeira reprodução impressa, mas incompleta, que se fez das Trovas ( 1603 ). Apareceram ainda alguns impostores que se fizeram passar por D. Sebastião e que acabaram quase todos na forca.
A Restauração de Portugal em 1640 vai dar azo a uma interpretação das Trovas. Para o Padre António Vieira, figura destacada e erudita das letras do século XVII, o que Bandarra tinha profetizado era a restauração do Reino de Portugal. D. João IV não podia morrer e se morresse teria de ressuscitar pois estava predestinado para ser o chefe de um grande Império que iria congregar toda a cristandade ( Judeus e Cristãos ). Nascia assim o mito do 5º Império, tema que o Padre António Vieira iria tratar na carta que escreveu ao Pe. André Fernandes, confessor da rainha e bispo eleito do Japão ( Esperanças de Portugal, Quinto Império do Mundo “. Como os factos não vieram confirmar as previsões, Vieira vê-se obrigado a transferir o papel destinado a D.João IV, sucessivamente para D. Afonso VI, D.Pedro II, para o primogénito de D. Pedro II que haveria de morrer e finalmente para D.João V.
A Revolução Francesa e a crise em que mergulha Portugal irão avivar ainda a chama sebastianista, mas esta desaparecerá praticamente com o liberalismo do século XIX . A partir daí, o sebastianismo subsiste apenas como tema inspirador de alguns poetas dos quais se destacam entre outros Pascoais e Fernando Pessoa.
As profecias do Bandarra podem suscitar ainda dois tipos de questões: Serão as Trovas verdadeiras profecias e Bandarra um verdadeiro profeta ? O que terá motivado Bandarra a escrever as suas Trovas ?
Segundo a opinião do Dr. M . Paulo ( in Enc. L.B.C ) a “ Profecia pode ser entendida em sentido lato e em sentido restrito. Em sentido lato é toda a proclamação da palavra de Deus. Equivale a Revelação. Em sentido restrito é conhecimento sobrenatural e predição certa de um acontecimento futuro livre, isto é, dependente da vontade de Deus ou do homem e como tal imprevisível por meios humanos. Para estabelecer bem o argumento profético importa demonstrar que se fez a predição certa de um acontecimento futuro livre e que este realmente se verificou. ( Verdade histórica da profecia ) ( Enc, L.B. vol. 15 pag 1176 )
Seguindo este critério, as Trovas não podem ser verdadeiras profecias. As inúmeras citações bíblicas não chegam para que se possam considerar autêntica Revelação. Sendo citações não trazem nada de novo ao que os antigos profetas revelaram. Por outro lado as Trovas não são a predição certa de acontecimentos futuros. A prova disso está no facto de elas terem sido aproveitadas nas mais diversas situações de crise nacional para prever acontecimentos que a realidade histórica veio a desmentir.
Em meu entender, Bandarra era um visionário, um sonhador, um homem que soube interpretar e verter para as Trovas as preocupações e angústias da sociedade do seu tempo. E aqui se situa a segunda questão que é a de saber quais os motivos que terão levado Bandarra a escrever as suas Trovas. Vivendo numa época de feroz perseguição aos judeus, de terríveis injustiças e de corrupção generalizada, é natural que o sapateiro de Trancoso fosse sensível a estes problemas e lhes quisesse dar vida e eco nas suas Trovas. Acresce a isto que o ambiente no século XVI era propício a profetas e profecias não só na Península como além Pirinéus. A esta época pertence o profeta Nostradamus cujas profecias foram amplamente divulgadas e alimentaram a esperança de muita gente.
Ao escrever sobre o Sebastianismo, Joel Serrão diz que as Trovas do Bandarra são “ um caso de profetismo a nível popular tendo como raízes mais fundas ou mais próximas: a tradição bíblica pela convergência das vias cristã e judaica ; o exacerbamento do messianismo judaico ante as condições adversas criadas na Península pela política anti-hebraica de Espanha e Portugal ; a criação castelhana do mito do Encoberto após o esmagamento das germanias de Valença“. E mais adiante acrescenta, “ com efeito as Trovas circulavam em cópias manuscritas, primeiramente entre os cristãos-novos de Trancoso, de Lisboa e, por fim, em todo o Reino, que nelas entreviam uma mística que era a sua. ( Dicionário de História vol. V pag 509 ). Para este ilustre historiador o que o Bandarra quis profetizar foi a vinda de alguém ( Encoberto ) que viria pôr termo a todas as injustiças, unir cristãos e judeus e instaurar a Paz em todo o Mundo ( Mito judaico do 5º Império ).
Defendendo uma tese diferente encontra-se o Prof. José Hermano Saraiva.. Para ele tudo acontece quando “ em 1530 o rei D. João III deu a vila de Trancoso a um seu irmão mais novo, o infante D. Fernando, que por essa altura casou. Os lavradores e mesteirais da terra amotinaram-se e não permitiram que o Infante tomasse conta da vila. Não lhes era indiferente estar dependente da administração de um funcionário régio, mais ou menos indulgente na cobrança de impostos, ou pertencerem a um grande senhor que tinha de viver dos rendimentos e que por isso era sempre rigoroso e às vezes cruel na sua exigência. Foi durante os anos de revolta anti-senhorial de Trancoso que um sapateiro que lá morava, Gonçalo Anes Bandarra, escreveu umas trovas que o tempo havia de tornar célebres “ E mais adiante conclui “ quando se iniciou a perseguição da Inquisição aos cristãos-novos estes julgaram ler o anúncio da vinda de um Messias salvador nos versos que, de facto eram um apelo a D. João III para que defendesse Trancoso da ambição do Infante ( Hist.Port. Europa –América ).
Afigura-se portanto difícil traçar com rigor quais foram as motivações que levaram Bandarra a escrever as suas Trovas. Talvez haja verdade em ambas as teses. Querer passar esta ou aquela opinião é legítimo mas não passa de mera especulação. As Trovas do Bandarra são misteriosas e enigmáticas como obscura foi grande parte da vida do Profeta.
Que factores terão contribuído para que as Trovas fossem lidas durante tantos anos alimentando assim o chamado mito sebastianista ? Para Queiroz Veloso “ Se o Prior do Crato ou a duquesa de Bragança conseguissem ocupar o trono do Bandarra teriam caído no esquecimento “( Dic Hist edç Barcelos vol V pag 254 ). Opinião polémica pois é sempre difícil e aleatório argumentar no condicional. Parafraseando Hermano Saraiva diria que “ a consciência sebastianista permanece como estado instintivo e permanente. O mito do “ rei que há-de voltar numa manhã de nevoeiro ainda hoje é um lugar-comum da linguagem “.
As Profecias do bandarra não têm, nos nossos dias, como é óbvio, o interesse que tiveram na sua época. Diga-se o que se disser do Bandarra, ele teve acima de tudo, o mérito de influenciar a Cultura Portuguesa durante séculos. E de tal forma que ainda hoje em momentos de crise se apela e acredita num Messias- Salvador, Homem Providencial – que outra coisa não é que o “ Encoberto “ de Bandarra.
A Ordem Mundial
Este é o título de um livro de Henry Kissinger que foi conselheiro de Segurança Nacional e Secretário de Estado durante as administrações de Richard Nixon e Gerald Ford. Ganhou também o prémio Nobel da Paz em 1963 e é autor de uma vasta obra sobre política externa e diplomacia.
É um livro com 476 páginas divididas em 9 capítulos e por isso levei algum tempo a lê-lo. Henry Kissinger aborda temas relacionados com a geopolítica, a geoestratégia, tratados, alianças e convenções que ao longo dos séculos procuraram manter a Paz e a Ordem Mundial. Para Kissinger há três tipos de ordem: mundial, internacional e regional. A Ordem Mundial é um conceito perfilhado por determinada região ou civilização sobre a justeza dos compromissos e a distribuição do poder que considera aplicável a todo o mundo ; a ordem internacional é a aplicação prática desse princípio a uma parte considerável do globo ; a ordem regional envolve os mesmos princípios na aplicação a áreas geográficas determinadas. Nestes sistemas há dois componentes a destacar: um conjunto de regras de aceitação geral e um equilíbrio de poder.
Na Europa desde o Império Romano e do Sacro Império Romano Germânico até ao século XX, com a 1ª e a 2ª Guerras mundiais alternaram-se períodos de guerra e de Paz. Sucederam-se Tratados e Convenções tentando impor uma ordem universal. Com a ascensão do príncipe Carlos de Habsburgo (1500-1558) houve a primeira tentativa de implantar uma ordem mundial. Este soberano governou os seguintes países: Áustria, Alemanha, norte de Itália, República Checa, Eslováquia, Hungria, leste da França, Bélgica, Países Baixos e Espanha.
Com a revolta protestante- iniciada quando Lutero afixou nas portas do castelo Wittenberg as 95 teses que proclamavam a relação directa dos indivíduos com Deus- começou uma guerra ente católicos e protestantes ( Guerra dos 30 Anos ). Esta guerra acabou com a Paz de Vestefália em 1684. Surgiu então o equilíbrio de poder como sistema. Ficou estabelecido o conceito de soberania do Estado e da liberdade de escolha de religião. Foram estabelecidos laços diplomáticos e neutralidade ideológica.
Com a revolução francesa e as invasões napoleónicas a Europa entra novamente em convulsão. O Congresso de Viena ( 1814-1815 ) vem estabelecer novamente a Paz. A 1ª Guerra Mundial ( 1914-!918) desestabiliza outra vez a Europa e causa milhões de mortos. O Tratado de Versalhes ( 1919 ) põe termo ao conflito e estabelece a Paz. Mas a subida ao poder de Hitler vem desencadear a 2ª Guerra Mundial ( 1939-1945 ) que deixou muitos países destroçados. A Alemanha de leste é ocupada pela União Soviética e a parte ocidental pelos países aliados que se empenharam em criar a República Federal da Alemanha. Mais tarde com a queda do Muro de Berlim e com a desagregação da União Soviética começou a Guerra Fria entre as duas potências mundiais: EUA e Rússia.
Durante o período da Guerra Fria a América contribuiria para a recuperação europeia com o programa de assistência greco-turco de 1947 e o Plano Marshall de 1948. Em 1949 os Estados Unidos construíram pela primeira vez uma aliança de tempo de paz, o Tratado do Atlântico Norte. Na Europa com a criação da moeda única em 2002 e uma estrutura formal em 2004 nasce uma Europa Unida. Mas Henry Kissinger diz que “ a união europeia ao subtrair soberania e funções governativas aos seus Estados membros nomeadamente o controle da moeda e das fronteiras caminhou para um resultado híbrido, alguma coisa situada constitucionalmente entre um Estado e uma Confederação e administrada mediante encontros de ministros e uma burocracia comum (pa111-12) “
Ao referir-se ao Islamismo diz que há duas versões universalistas de ordem mundial: a versão sunita protagonizada pela Irmandade Muçulmana fundada em 1948 pelo Hamas, movimento radical que subiu ao poder em Gaza em 2007 e pelo movimento Al Quaeda ; e a versão xiita corporizada pela revolução de Kommeini e pelo derivado libanês “ o Estado dentro do Estado “, Hezbollah .
Até ao fim da 2ª Guerra Mundial, a maior parte da Ásia viveu isolada. As condições diplomáticas de tipo vestefalianas só começaram a emergir com a descolonização subsequente à devastação da ordem europeia por duas guerras mundiais. O processo de emancipação foi brutal e sangrento: guerra chinesa ( 1950-53) ; confronto sino-soviético (1955-1980 ) ; movimentos revolucionários de guerrilha por todo o sudoeste asiático, a Guerra do Vietname ( 1961-1975 ). Após décadas de guerra e convulsões revolucionárias a Ásia sofreu uma transformação drástica. O Japão adoptou instituições democráticas e edificou uma economia que rivalizava e em alguns casos ultrapassava a das nações ocidentais. Em 1979 a China mudou de rumo e Deng Xiaoping proclamava uma política externa não ideológica e uma política de reformas económicas que tiveram um efeito transformador profundo na China e no Mundo
Durante os séculos que esteve em isolamento o Japão bebeu da cultura e da religião chinesa. O imperador japonês tal como o chinês era considerado filho dos céus e um intermediário entre o humano e o divino. O imperador também era considerado um descendente da deusa do sol que gerara o primeiro imperador e outorgara aos seus sucessores um direito eterno de soberania. No fim do século XIX o Japão saiu do seu isolamento modernizando as sua indústrias e as forças armadas e orienta a sua economia para a exportação. A partir daí começa a entrar em guerra com países vizinhos vindo a culminar com o ataque a Pearl Harbor em 1941 . Os Estados Unidos responderam com uma intervenção nuclear a qual resultou na rendição incondicional da Japão
A Índia outro grande país da Ásia não teve uma existência pacífica ao longo dos séculos., Foi invadida pelos seguintes povos: persas, gregos, árabes, turcos e afegãos, mongóis, mogois e países europeus. Na Índia se desenvolveram também três religiões: induísmo, budismo e islamismo. Ao contrário dos chineses os indianos não obrigaram os estrangeiros e invasores a adoptar a sua cultura ou religião. Em 1857 após um conflito com a Companhia das Índias Ocidentais, a Inglaterra potência, colonizadora, começa a administrar a Índia de outra maneira. As várias regiões são ligadas por linha de caminho de ferro e por uma língua comum, o inglês. Em 1947 é reconhecida a Independência à Índia e fica à frente do governo Nehru. A partir daí a Índia tomou uma posição neutral situando-se acima das políticas do poder. O papel da Índia na ordem mundial foi sempre
Complicado devido à vizinhança com países beligerantes como o Paquistão, o Afeganistão, o Bangladesh e a China.
Após a proclamação da Independência em 1776 e da Apresentação da Declaração dos Direitos Humanos, os Estados Unidos saem das suas fronteiras não com fins expansionistas mas para estabelecer uma ordem mundial baseada no equilíbrio de poder, no respeito pelas liberdades individuais. Todos os presidentes americanos do pós- guerra concordaram que aos Estados Unidos cabia a missão altruísta de resolução de conflitos e a proclamação da igualdade entre nações tendo em vista a paz mundial e a harmonia universal. Em 1945 devido ao impulso do presidente Truman nasce a Organização das Nações Unidas. As Nações Unidas teriam como missão implementar a segurança colectiva através de um Conselho Mundial, o Conselho de Segurança, que teria como “ membros permanentes “ com direito a veto as cinco grandes potências ( Estados Unidos, Grã -Bretanha, França, URSS e China ). O Conselho de Segurança incluía ainda, um grupo rotativo de mais nove países que tinha a responsabilidade de “ manter a paz e a segurança internacionais. Em 1954 John Foster Dulles ampliou o sistema de alianças formando a SEATO ( Organização do Tratado do Sudoeste Asiático) e em 1955 o Pacto de Bagdad para o Médio Oriente. Em 1950 os Estados Unidos intervieram na guerra da Coreia e evitaram que a Coreia do Norte se apoderasse da Coreia do Sul. Mas em 1975 não foram capazes de impedir que o Vietname do Norte conquistasse o Vietname do Sul. A América perdera assim a sua primeira guerra em prol da uma ordem mundial
Com a proliferação das armas nucleares vai aumentar as probabilidades de um conflito nuclear e o equilíbrio entre as super-potências nucleares como os Estados Unidos e a Rússia e acaba por ser prejudicado. Outro factor de desestabilização é o ciberespaço e a pirataria informática que ameaça ter acesso a documentos secretos que vão pôr em causa e a ordem mundial. A informática e a internet têm ainda o inconveniente de fazerem um Estado ao gosto e preferência do eleitorado , podem levar os candidatos a primeiro-ministro ou a presidente da república a fazer um programa destinado a captar essa simpatias e não um programa que melhor sirva os interesses do país.
Quais os passos a seguir para chegar a uma ordem mundial no nosso tempo ?
Durante muitos anos pensou-se que o mercado global e o sistema económico global resolvia por si só todos os problemas sem a intervenção do Estado. Em 2008 esta teoria foi desmentida. Na origem da crise está sempre a especulação desenfreada e a subavaliação sistémica do risco. Ao terminar o seu livro Henry Kissinger diz o seguinte: “ A reconstrução do sistema internacional é o derradeiro desafio da diplomacia do nosso tempo. Uma Ordem Mundial que afirme a dignidade individual e a governação representativa e promova a cooperação internacional segundo normas preestabelecidas pode ser a nossa esperança e deve ser a nossa ambição. Todavia, a ordem mundial não será realizada pela acção isolada de nenhum país por si só. Para alcançar uma ordem mundial genuína é necessário que todos os intervenientes, embora mantendo-se fieis aos seus valores, saibam assumir uma nova cultura, que será global, estrutural e jurisdicional, um conceito de ordem que transcenda o ponto de vista e os ideais de cada região ou de cada nação por si. “
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