O que é e para que serve a Maçonaria

1-Quando era pequeno ouvia dizer que o maçon era um feroz inimigo da Igreja profanando templos e espezinhando crucifixos.  É provável que houvesse algum exagero nos comentários que se faziam mas a verdade é que o secretismo da maçonaria levava o comum das pessoas a ver nela algo de satânico e perverso. Hoje pelo que tenho lido e ouvido , a imagem que passa é bem diferente.  Afinal a maçonaria rege-se por princípios éticos e adopta os valores da revolução francesa expresso na trilogia,  Liberdade , Igualdade e Fraternidade.

2-Da  história da Maçonaria em Portugal direi resumidamente o seguinte:

a-No século XIX apoiou o movimento Liberal que levou à implantação da monarquia constitucional;

b-Influenciou o partido republicano que levou à implantação da república no dia 5 de Outubro de 1910.

c-Durante os primeiros anos da república teve como chefe de fila Afonso Costa que era mação desencadeou um movimento anti-clerical atacando e perseguindo a Igreja e espoliando-a de uma grande parte do seu património.

3-Um acontecimento recente levou a que os órgãos de comunicação social falassem da maçonaria. O motivo foi a descoberta de um maçon espião. É lamentável que alguém se aproveite do estatuto que tem numa instituição para fazer espionagem ou tráfico de influências. Estas atitudes encaixam mal num estado democrático onde a política se deve pautar pela transparência e pelo mérito de cada um.

4-A Maçonaria é como se sabe uma sociedade secreta dado que não sabemos quais os assuntos que são debatidos em cada reunião nem as deliberações aí tomadas. Por outro lado são poucos os maçons que se assumem como tal embora não sejam proibidos de o revelar. Se a Maçonaria é uma instituição de cariz humanista, filantrópico e altruísta não sei para que é necessário tanto secretismo.

Numa entrevista à televisão o dr. Arnault disse que a maçonaria estava aberta a toda a gente e que até já tiveram um bispo católico.  Não acho que um católico possa ser maçon porque são posições incompatíveis. Um católico ou cristão acredita num Deus transcendente, pessoal a quem pode dirigir-se e dialogar. O maçon ou é ateu, ou agnóstico ou acredita num deus imanente que é a natureza ou se confunde com ela. O “ Supremo arquitecto “ como lhe chamam os maçons é algo de abstracto  e de impessoal.

Acredito que o bem pode ser praticado por qualquer pessoa independentemente da fé ou da crença em Deus. Só não compreendo que para se ser democrata, humanista e bom cidadão seja necessário enveredar pelo secretismo esotérico.