O senhor Presidente da República declarou recentemente que a melhor maneira de vencer a crise económica seria incrementar as exportações. Todos sabemos que a nossa balança de pagamentos sempre foi deficitária e que dependemos muito dos bens e serviços que vendemos ao estrangeiro. A situação actual agravou-se ainda mais devido ao clima de recessão generalizada a que estamos a assistir. Não sei, e penso que muita gente pensará o mesmo, como é que iremos aumentar as nossas exportações se o consumo e a procura diminuíram. Aliás foi tudo isso que criou a situação que estamos a viver. Havendo muitas pessoas no desemprego os rendimentos baixaram significativa- mente e portanto menos dinheiro para gastar. Por outro lado não é fácil obter crédito junto dos Bancos pois estes são mais exigentes e rigorosos nos empréstimos que fazem. Sendo assim não vejo que seja possível aumentar as exportações e concretizar , a curto prazo , a solução apontada pelo senhor Presidente da República. Penso que um dos caminhos a seguir seria fazer acordos recíprocos com outros países, nomeadamente com os PALOPs, de forma a trocar os bens e serviços que possuímos por outros de que somos deficitários. Outra medida, que o Governo podia desde já tomar, seria a de promover no estrangeiro, os produtos portugueses- agrícolas e artesanais- através de publicidade ou de exposições.
As soluções para sair da crise podem revestir múltiplos aspectos que terão de ser estudados de parceria com agricultores e empresários. O esforço a desenvolver terá de ser conjunto e não apenas do Estado do qual se espera uma forte ajuda não só na formação de mão de obra especializada mas também na concessão de créditos a quem apresente projectos com pernas para andar.
Fazendo um balanço da guerra na faixa de Gaza verificamos que teve aspectos trágicos e dramáticos sobretudo para os árabes palestinianos. Os números divulgados pela comunicação social apontam para 1334 mortos, 5 mil feridos e 30 mil desalojados. Um povo que é agredido tem todo o direito de se defender. Só que Israel exagerou e usou meios desproporcionados, arrasando povoações e matando indiscriminadamente mulheres e crianças inocentes. De cada um dos lados, palestino e israelita, há elementos radicais que pensam ter o direito exclusivo do território. Ora a Paz só se consegue na base do respeito mútuo e da convivência pacífica. No território cabem perfeitamente uns e outros se houver um acordo de boa vontade com fronteiras bem definidas.
Na revista Visão li umas declarações do rabino Arik Ascherman que me surpreenderam pela positiva e que pelo seu interesse passo a transcrever: “ Uns entendem que é imoral não lutarmos por cada pedaço da terra prometida, outros, como eu, que é imoral fazê-lo a qualquer custo. Na tradição judaica, somos ensinados a oferecer a paz antes de declarar a guerra, a usar a mínima força necessária para nos defendermos e absolutamente proibidos de fazer mal a terceiros que sejam inocentes. Somos também obrigados a deixar um corredor, quando cercamos uma cidade ( Torah, Leis dos reis, 6,7 ). Não fizemos isso em Gaza. “ Estas declarações são espantosas quando ditas por um judeu.
Se todos pensassem assim, palestinianos e judeus, não seria difícil encontrar uma solução para a Palestina
O terreno privilegiado para Vasco Pulido Valente quando escreve as suas crónicas é sem dúvida a política. Quando não tem assunto nesta área qualquer tema lhe serve para lançar as suas setas venenosas. No jornal “ Público “ de domingo passado, V.P.V. decidiu ocupar-se da Igreja Católica que segundo os seus cálculos já é minoritária em Portugal. Diz ele que a pouco e pouco vai desaparecendo do terreno no interior do país. Para um ateu que provavelmente pensa que a Religião não tem futuro, e irá desaparecer com o tempo, esta é com certeza uma notícia reconfortante. Pulido Valente deve ter saltado e rejubilado pois se calhar também é dos que acredita que os crentes são ignorantes e supersticiosos. Só que a verdadeira Fé assenta na Razão e apesar de hoje em dia haver profetas a declarar a morte da Religião isso ainda não aconteceu. Por outro lado não é só a Igreja que vai desaparecendo do interior do País mas a população em geral. Toda a gente sabe que há muitos lugares que se estão a desertificar e onde apenas existem pessoas idosas. Desapareceram os padres e também os professores.
Vasco Pulido Valente associa ainda a crise de vocações com “ a nova riqueza “ que começou a chegar a partir de 1960 e também com a tolerância democrática que se estabeleceu no nosso País. Ora, é um facto que muitos dos que iam para o Seminário eram de famílias pobres e não tinham recursos para estudar. Mas a crise de vocações não passa só por aí. Hoje o tempo corre mais depressa e as pessoas quase não têm tempo para meditar e reflectir. A vida materialista e imediatista não deixa grande espaço para pensar em Deus. De qualquer forma podemos dizer que as vocações são mais sólidas pois os que abraçam a vida religiosa fazem-no numa fase adiantada da vida e muitos deles possuem cursos médios ou superiores.
Para terminar VPV refere ainda que, pelo que se passa em Portugal, o grande exílio da Igreja não está longe. Assim, ficámos a saber que além da sua sapiência tem ainda a arte de adivinhar ou da bruxaria. Se tal for verdade, poderá abrir um consultório pois, com toda a certeza , não lhe vai faltar clientela.
FRANCISCO MARTINS
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