Com a aprovação do Orçamento de Estado para o ano 2008 vão chover as críticas ao Governo. O descontentamento vem de algum tempo atrás e de todos os sectores da sociedade civil: políticos, sindicatos e cidadãos. Os políticos queixam-se que o governo é arrogante e autista e não ouve ninguém; os sindicatos dizem que tem havido tentativas para controlar a sua actividade e a liberdade de expressão dos professores ; os cidadãos de uma maneira geral protestam com o aumento de impostos e a perda de regalias sociais.
Claro que o Governo não pode alhear-se dos problemas sociais. Deve ouvir as pessoas e dialogar sempre que possível pois só assim poderá corrigir o que está mal. Fechar-se no seu casulo indiferente a tudo e a todos não me parece que seja o caminho certo. Isto não quer dizer que todas as críticas e reivindicações sejam justas e possam ser atendidas. Todos nós gostaríamos de ver os salários ou as pensões de reforma aumentados, menos desempregados e mais direitos na saúde, na educação e no trabalho.Temos no entanto que reconhecer que sem um crescimento económico significativo isso não vai acontecer tão cedo. Se não criarmos riqueza não a podemos distribuir. Por outro lado o espartilho do Pacto de Estabilidade não permite aumentar as despesas tanto quanto seria de desejar . Por isso duvido que neste quadro e nas circunstâncias actuais algum partido da oposição consiga realizar prodígios. De boas intenções está o inferno cheio.Isto não invalida o facto de haver aspectos negativos a corrigir de forma a que não sejam só alguns a pagar a crise. Todos sabemos dos lucros exagerados dos bancos; da fuga aos impostos de muitos sectores económicos ; da economia paralela ; dos vencimentos escandalosos de muitos quadros administrativos. Era bom que houvesse uma fiscalização rigorosa nestes casos e nas manifestações exteriores de riqueza para não serem apenas os reformados e a classes médias da administração pública a pagar a crise.
De todas as críticas feitas ao Governo há uma que eu queria pôr
Outra questão que se levanta e que muita gente coloca é a de saber se este Governo é socialista ou de esquerda. Perante os condicionalismos impostos pela CE e pelo mercado global temos que reconhecer que infelizmente fica pouco espaço de manobra para as ideologias que todos gostaríamos que fizessem a diferença quando se escolhe nas eleições.
FRANCISCO MARTINS
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