1-A crise financeira internacional começou nos Estados Unidos e propagou-se como um incêndio a quase toda a Europa. Portugal também não ficou imune. A princípio falou-se dos depósitos bancários e das garantias dadas pela banca e pelo Estado. A garantia para cada depósito começou pelos 25 000 € e foi passando gradualmente para os 50 000 € e depois para os 100 000€ e neste momento não sei se as importâncias estão seguras na sua totalidade. Os banqueiros portugueses foram rápidos a tranquilizar as pessoas dizendo que os bancos estão bem e de boa saúde mas passado algum tempo todos, sem excepção, aceitaram os milhões de euros que o Estado generosamente lhes concedeu. Se os bancos estavam assim tão bem não sei por que motivo aceitaram o dinheiro do Estado? A explicação não tardou. Embora não houvesse ruptura financeira, quase nenhum tinha liquidez suficiente para conceder empréstimos aos empresários e cidadãos que deles necessitassem. E não havendo dinheiro para investir, a economia não arrancaria do estado de estagnação em que se encontra.
2-Chegados aqui, uma questão que se coloca é a de saber se o dinheiro dos contribuintes, que o Estado injectou na Banca, foi ponderado caso a caso e se houve o mesmo critério para todos, independentemente de uma boa ou má gestão. Salta à vista, que há três casos distintos a considerar que deveriam ter tratamento diferenciado. O primeiro será o dos bancos que foram cumpridores e apenas têm falta de liquidez. Aqui justifica-se a intervenção do Estado afim de se garantirem os empréstimos a todos os cidadãos que deles precisem. A segunda situação seria a do BPN em que foram detectadas ilegalidades, erros grosseiros de gestão, fraudes e fugas ao fisco. Neste caso, o Estado deveria penalizar o banco, assegurando apenas os depósitos dos clientes na sua totalidade. Penso que a nacionalização também não se justificavas pois dela não resulta provavelmente qualquer benefício para o Estado. Finalmente surge o caso BPP, que como é do conhecimento geral, gere as grandes fortunas. Entre os clientes deste banco contam-se Francisco Pinto Balsemão, João Rendeiro e José Miguel Júdice. Seria um verdadeiro escândalo que também aqui, os contribuintes pagassem a crise. Se o BPP assumia a totalidade dos lucros quando investia na Bolsa por que razão sobrariam para o Estado apenas os prejuízos. Ora, os investimentos de risco são da inteira responsabilidade de quem os faz e a regra é a mesma para todos os bancos, incluindo o BPN. Se assim não fosse, todos os investidores da Bolsa com prejuízos teriam igual direito a pedir ajuda ao Estado.
3-Segundo dados revelados pelos órgãos de comunicação social no ano de 2007 foram pagos cerca de 8,2 milhões de euros, em ordenados fixos e variáveis, a administradores executivos da Banca. Afinal, o sector bancário não está assim tão mal. Mas se os lucros são tão grandes que justificam chorudos ordenados então não faz sentido a ajuda por parte do Estado. Estas situações são revoltantes e têm de ser corrigidas o mais rápido possível se quisermos construir uma sociedade mais justa e igualitária. Por alguma razão estamos na cauda da Europa no que toca ao fosso existente entre os mais ricos e os mais pobres.
4-Há quem diga que a auto-estima dos portugueses anda muito em baixo. Gostamos de dizer mal de tudo quanto é nosso e apreciamos e louvamos tudo o que se faz lá fora. Mas não há regra sem excepção. Numa entrevista que deu, António Lobo Antunes, considera-se o melhor escritor, quando escreve. Aqui temos um caso em que o ego está uns furos acima do que é normal.
Temos também os que são pessimistas e afinam pela regra geral. Para Filomena Mónica só existem 3 pessoas cultas em Portugal. Ela, provavelmente , encontra-se nesse número restrito. Já reparei que muita gente que se formou no estrangeiro, particularmente em Inglaterra, assume ares de superioridade e olha com desdém e arrogância os colegas de cá. Eles é que são os bons e por isso toca a dizer mal de tudo e de todos. Mas como diz o povo: “ presunção e água benta cada um toma a que quer “
Francisco Martins
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