1-Segundo informação divulgada pela Santa Sé foi marcada para o próximo dia 12, terça-feira, a reunião do Conclave que irá eleger o novo Papa. Será o 266º depois de Pedro. A palavra conclave, do latim “ cum clave “ ( à chave ) significa que se trata de uma reunião à porta fechada. O primeiro conclave teve lugar em 1241 e elegeu como Papa Celestino IV . Mas nem sempre os conclaves têm decorrido num ambiente de normalidade. Quando em 1268 morreu em Viterbo o papa Clemente IV , os cardeais reuniram-se para eleger um novo Papa. Estando indecisos e hesitantes demoraram dois anos e nove meses a eleger Gregório X. Durante esse tempo foram submetidos a um regime de clausura e a uma alimentação constituída apenas por pão e água.
2- O Papa que sair eleito deste conclave vai ter pela frente um trabalho difícil e uma situação complicada que tem denegrido a imagem da Igreja. Antes de mais é preciso , entre outras coisas, fazer o seguinte: reformar a Cúria Romana colocando homens de mérito e de confiança ao serviço do Papa ; acabar com as intrigas e jogos de poder que nunca deveriam existir numa instituição cristã ; sendo necessário um Banco do Vaticano, exige-se, no mínimo, uma boa gestão do dinheiro evitando gastos supérfluos e um apoio às instituições religiosas que se dedicam em todo o mundo a ajudar os que mais precisam ; e, finalmente , acabar com os casos de pedofilia punindo severamente e afastando da Igreja os religiosos que incorram neste tipo de crime.
3-Mas a Igreja tem ainda de se reformar procurando dar resposta às exigências e desafios dos novos tempos que estamos a viver. Há muitas coisas que estão mal e têm de ser revistas. O Concílio Vaticano II que foi muito criticado pelos mais conservadores, trouxe entre outras coisas a possibilidade de as pessoas ouvirem a missa na sua própria língua. Houve até um grupo os “Lefebvreanos” que não aceitaram esta reforma. O facto é que a participação na eucaristia é totalmente diferente, para melhor , quando as pessoas entendem o que se estão a dizer.
Hoje, com concílio ou sem ele, o novo Papa terá que tomar outras medidas para dar mais vida e mais dinâmica à Igreja. A título de exemplo indicaria as seguintes: permitir às pessoas que se encontram separadas ou divorciadas a possibilidade de comungar ou até mesmo em casos devidamente ponderados voltar a casar pela Igreja ; a não obrigatoriedade da confissão auricular que por vezes inibe as pessoas de comungar ; a possibilidade de os candidatos ao ministério sacerdotal poderem optar pelo casamento e também , e por que não ,dar à mulher o acesso ao ministério sacerdotal.
4-Sendo a Igreja constituída também por aqueles que se dizem cristãos ou católicos, a reforma terá necessariamente que envolver a todos sem excepção. E não há reforma possível se pusermos de lado o Evangelho. Nada melhor para terminar do que transcrever as palavras do teólogo José M. Castillo da Universidade de Granada que, no livro “ Quem foi, quem é Jesus Cristo “ coordenado pelo Padre Anselmo Borges, diz o seguinte “ o caminho correcto para uma renovação e a devida aproximação da Igreja de Jesus é recuperar o Evangelho : o que supõe estudá-lo, analisá-lo, saber aplicá-lo no momento presente, ser-lhe dócil e obedecer-lhe, assumir como tarefa primeira viver de acordo com o Bios ( a vida ) de Jesus que se nos oferece nos Evangelhos. Aí , e somente aí , é que acho que podemos recuperar a esperança. E só desse modo a Igreja terá futuro “
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